quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Josemeri Coelho


por Josemeri Coelho


A cultura digital nada mais é do que ter acesso a tudo (ou quase tudo) “na ponta dos dedos”, ou seja, ao alcance das mãos e de maneira rápida e cômoda, sem precisar sair do lugar.
É uma cultura permeada pelas tecnologias que permite novas formas de comunicação, principalmente entre os jovens, que experimentam uma empatia feita não só de facilidade para se relacionar por intermédio das tecnologias audiovisuais e informáticas, mas de cumplicidade expressiva através de seus relatos, imagens e sons e é através desta linguagem que eles encontram seu próprio idioma e ritmo.
inteligência coletiva, por sua vez, pressupõe que todos contribuem com a construção do conhecimento. Se contrapõe à ideia de que apenas um sabe e reforça o ditado que “duas cabeças pensam melhor que uma”. A inteligência coletiva é consolidada pelo coletivo, sendo um exemplo de construção que se sustenta dela o site wikipedia.  
A cultura participativa denota a participação ativa do invíduo, que não mais apenas lê, mas pode e expressa seu ponto de vista, seu aprendizado, compartilha sua opinão com os usuários da mesma plataforma tecnológica.
A convergência de meios pressupõe a utilização de vários meios para o atingimento de um fim específico. Ocorre quando o cidadão se utiliza de meios tecnológicos para interagir em seu habitat social. A digitalização é o processo que criou condições para que fosse possível a convergência de meios. Esta, por sua vez, possibilita novas formas de participação e elaboração. A convergência de meios permite que o consumo das mídias seja transformado em produção. Por exemplo; plataforma judicial, onde hoje praticamente todos os processos são digitais. Analisando os 20 anos passados entre a primeira e a segunda versão da música de Gilberto Gil “Pela Internet”, podemos observar o quanto já mudou a cultura da era da informação para a era digital.

1996
2018
OBSERVAÇÃO
Criar meu web site
Fazer minha homepage           
Criei meu web site
Lancei minha homepage
Se há 20 anos atrás cogitava-se aderir à cultura digital, hoje é raro encontrar alguém que não esteja inserido nela, principalmente quem tem um papel social urbano ou que atende às demandas urbanas, há de manter atualizadas suas plataformas digitais, pois hoje são as fontes de informação mais acessadas.   
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Meu novo website 
Minha nova fanpage 
Agora é terabyte 
Que não acaba mais  
Por mais que se deseje 
Se o desejo agora é navegar 
Subindo o rio tejo tenho como achar 
Num site de viagem a melhor opção 
Com preço camarada bem no meu padrão 
Se é música o desejo a se considerar 
É só clicar que a loja digital já tem 
Anitta, arnaldo antunes, e não sei mais quem 
Meu bem, o itunes tem 

De a a z quem você possa imaginar 
As mudanças são tão rápidas que há necessidade de atualização de layout, imagens e informações constantemente para acompanhar as novidades, que são compartilhadas a nível mundial e a variedade de produtos comerciais, quer sejam eles culturais, como livros e músicas, quer sejam pacotes turísticos, é disponibilizada de modo a ser acessível para quase “todos os bolsos”, chegando a ser gratuitos.

Eu quero entrar na rede 
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
Estou preso na rede 
Que nem peixe pescado 
É zapzap, é like 
É instagram, é tudo muito bem bolado 
Se há 20 anos existia dificuldade ainda em acessar a internet, hoje a dificuldade é sair dela.
Antes promover um debate com direito a plateia do outro lado era um sonho a ser alcançado, hoje as novas formas de interação estão cada vez mais fáceis de acessar, ágeis e sedutoras, visto que promovem a interação entre os indivíduos.
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
O pensamento é nuvem 
O movimento é drone 
O monge no convento 
Aguarda o advento de Deus pelo iphone 
Antes havia a constante preocupação com vírus e segurança nos acessos, hoje os programas de proteção tornam o acesso seguro a ponto de podermos gravar nossos textos, áudios, vídeos, etc. em arquivos online que ficam armazenados em nosso provedor de e-mail, sem a necessidade de ocupar espaço no nosso PC (computador pessoal). Há sempre novas tecnologias, algumas através da junção de duas ou mais tecnologias, como o drone, que propõe a captura de imagens através de um robô dirigido por controle-remoto. A pesquisa dos mais variados assuntos está cada vez mais fácil, pois a inteligência coletiva é uma cultural em movimento e expansão diária.  
Eu quero entrar na rede para contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze
Tem um videopôquer para se jogar
Cada dia nova invenção 
É tanto aplicativo que eu não sei mais não 
What’s app, what’s down, what’s new 
Mil pratos sugestivos num novo menu 

É facebook, é facetime, é google maps 
Um zigue-zague diferente, um beco, um cep 
Que não consta na lista do velho correio 
De qualquer lugar 
Waze é um nome feio, mas é o melhor meio 
De você chegar
Hoje em dia a internet permite o contato com pessoas de praticamente todos os lugares e, além de poder ser usada para auxiliar órgãos governamentais, através de sugestões e denúncias, há a cada dia novas possibilidades de aplicativos tecnológicos que facilitam o cotidiano do indivíduo, tornando mais cômodo. Acessa-se, pela internet, desde a conta bancária até o menu da lanchonete da esquina muitas vezes, isso sem contar nos aplicativos para chamar um traslado ou os via satélite para traçar um mapa e orientar ao motorista, através de áudio, qual o caminho menor para chegar ao destino.


Se de um lado essa facilidade e comodidade toda torna as vidas das pessoas mais fáceis, sem necessidade de se locomoverem para comprar ou pagar por produtos, por exemplo, dentre tantas outras possibilidades, de outro lado isso nos leva a refletir sobre a qualidade de vida dos indivíduos que tendem a ficar cada vez mais sedentários nesta era da cibercultura, caso não saibam usar bem o tempo que lhes sobra.
Ainda sobre a inteligência coletiva, vale lembrar, nas palavras de Lévy, que “ela só progride quando há cooperação e competição ao mesmo tempo”. “É do equilíbrio entre a cooperação e a competição que nasce a Inteligência Coletiva”. Para exemplificar, Lévy citou a comunidade científica, capaz de trocar idéias (= cooperar) porque tem a liberdade de confrontar pensamentos opostos (= competir) e, assim, gerar conhecimento.
Ainda mais, para Lévy, se as pessoas (não) ajudam a reprodução de conhecimento, este lhe será totalmente (des) favorável. De outro modo, se as idéias (des) favoráveis são mantidas e disseminadas, a população (não) se reproduz, ou seja, “quem cala consente” e não pode reclamar depois, pois a oportunidade está posta a praticamente todos. O papel da internet é fundamental para o funcionamento desse sistema. “O ciberespaço é a principal fonte para a criação coletiva de idéias, de forma que elas sejam usadas para o bem de todos, através da cooperação intelectual” concluiu Lévy.
A conexão cada vez mais densa entre os indivíduos realmente contribui para ações coletivas, desde o compartilhamento do conhecimento útil até projetos de leis de iniciativa popular, etc, entretanto, há muito ainda o que pensar, pois todas as questões polêmicas e importantes que surgiram com o advento em massa da internet envolvem–se diretamente com a inteligência coletiva: direitos autorais, educação à distância e jornalismo online são alguns dos assuntos relacionados à expansão do ciberespaço que merecem destaque nesta seara.        
Enfim, como em tudo neste mundo, há sempre os prós e contras, no entanto, em se tratando de tecnologia, fato é que não se pode voltar atrás. A tendência é avançarmos cada vez mais no uso das ferramentas cibernéticas para nossas atividades, portanto, que aprendamos a usar a cibercultura a nosso favor, tanto individualmente quanto coletivamente.
Josemeri de Sousa Coelho
Estudante de Licenciatura em Educação Profissional e Tecnológica
Pólo UAB – IFSC – Jaraguá do Sul                

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