terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Gilson Santos de Oliveira

A cultura digital, de acordo com CARVALHO JÚNIOR (2009, p. 9) é um vernáculo que está sendo utilizado por muitos e diferentes setores da sociedade, ainda que o termo não tenha um significado que esteja consolidado, o mesmo está relacionado com era digital, sociedade da informação, revolução digital, ou ainda, cibercultura, ou seja, a cultura que surge na utilização da rede de computadores. E nesse contexto que se surgem novos termos, entre eles: inteligência coletiva, cultura participativa e convergência de meios.
De acordo com o ELIENE (2018), Pierre Lévy desenvolveu alguns debates para formalizar o conceito de inteligência coletiva, que está relacionado às tecnologias da inteligência:

Caracteriza-se pela nova forma de pensamento sustentável através de conexões sociais que se tornam viáveis pela utilização das redes abertas de computação da internet.

Já a palavra cultura participativa surge pela primeira vez por Henry Jenkins, em seu livro A Cultura da Convergência, de acordo com SILVA (2014):

No qual ele demonstra que cada vez mais com o auxílio da internet, deixamos de ser meros receptores passivos, e passamos  a exercer a produção de conhecimentos, a disseminação de informações e ideias, fazemos ações coletivas em prol da soluções de problemas, entre outros, ou seja a internet da voz participativa e influente.

Convergência dos Meios é possibilidade que temos hoje de converter quaisquer informações, sejam ales através de texto, vídeo, som ou imagem, em uma linguagem universal, sedo que para Santaella (2001, p. 60):

Através da digitalização e da compressão de dados que ela permite, todas as mídias podem ser traduzidas, manipuladas, armazenadas, reproduzidas e distribuídas digitalmente produzindo o fenômeno que vem sendo chamado de convergência de mídias. Fenômeno ainda mais impressionante surge da explosão no processo de distribuição e difusão da informação impulsionada pela ligação da informática com as telecomunicações que redundou nas redes de transmissão, acesso e troca de informações que hoje conectam todo o globo na constituição de novas formas de socialização e da cultura que vem sendo chamada de cultura digital ou cibercultura.

Em 1996 Gilberto Gil lançou a música Pela Internet, que se tornou um marco histórico, pois foi a primeira a ser transmitida ao vivo pela rede mundial de computadores, sendo que 21 anos depois ele traz uma nova composição denominada Pela Internet 2; na versão original percebemos uma visão otimista em relação à temática, fazendo inclusive uma defesa argumentativa a nova tecnologia e suas possibilidades de aproximar as pessoas; surge como trazendo as boas vindas pelo encantamento pela novidade. Já na segunda versão é feita uma crítica à sociedade contemporânea e a forma como a mesma lida com as tecnologias, exemplificados pelos aplicativos: iTunes, WhatsApp e Instagram. Onde em sua análise se discute os pontos positivos e negativos em relação à internet, citando inclusive os novos aparelhos que surgiram nesse período de tempo e que são tão difundidas atualmente, como é o caso do iPhone e dos drones.

Para Lévy, o ciberespaço faz parte da sociedade contemporânea, ele defende a possibilidade de ensinar e aprender através da interação nesse espaço entre os usuários fazendo com que os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem não apenas construam os conhecimentos que são necessários, eles vão muito além, têm a possibilidade de compartilhar aquilo que constroem coletivamente, ou seja, movimentos recíprocos. Isso faz com que se repense as atuais metodologias aplicadas nas unidades educacionais, no intuito de inserir os discentes e as novas tecnologias educacionais como aliados ao aprendizado, para isso os docentes precisam de capacitação adequada tornando uma nova realidade na educação.

REFERÊNCIAS

ELIENE. Mundo educação: Inteligência coletiva, 2018. Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/informatica/inteligencia-coletiva.htm> Acesso em 19 fev. 2019.

SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias a Cibercultura. 2ª Ed. São Paulo: Paulus, 2004.

SAVAZONI, Rodrigo; COHN, Sergio (Org.). Cultura digital.br. In Por uma cultura digital participativa. CARVALHO JUNIOR, José Murilo. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.


SILVA, Regina Márcia Ferreira. Vivenciando a cultura participativa: Como a internet tem possibilitado cada vez mais a transformação da relação entre consumidores e empresas, por meio da mudança na postura de meros receptores passivos, 2014. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/vivenciando-a-cultura-participativa/78633/ > Acesso em 19 fev. 2019.

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