A temática digital e sua influência retratada por Gilberto
Gil nas músicas “Pela Internet” (1996) e “Pela Internet 2” (2018) é em si um
resumo de expectativas da sociedade, ou usuários destas ferramentas, de forma
musicada. Há uma integração com o discurso de Levy, em especial na perspectiva
do coletivo, retratado nas músicas como geração desta evidência.
Há que se observar o tom de fascínio na primeira versão
(1996), com a temática da comunicação e suas possibilidades de contato rápido
ante a situação anterior, retratada por Donga, em “Pelo Telefone” (1917), onde
as notícias eram endereçadas aos cuidados de alguém que se incumbia de
entrega-las. Também se observa a possibilidade da diversão, como mecanismo de
interação.
Já em sua nova versão (2018) observam-se outros verbos e
atitudes em relação a esta interação, já mais sofisticados como a possibilidade
instantânea de comprar, ter, usar, aparecer, se movimentar, aprender (ou
descobrir) e até crer. De forma significativa a interação acontece de outras
formas, tão frequentes que nem percebemos.
Quando se comparam os discursos das duas versões percebemos
a importância da diversão e de participação na primeira versão e uma visão já
mais madura, saciada e até fatigada das possibilidades anteriores, frente as
agora disponíveis. Aqui também, na visão de Levy, os sentimentos iniciais de socialização e
participação foram sobrepujados pela sobrecarga cognitiva e até a “bobagem
coletiva”.
No estudo do discurso os temas mais frequentes foram:
Pela Internet 1996 Pela
Internet 2018
Jogar Ser
Entrar Novo
Querer Chegar
A inteligência pressupõe evolução. Os aplicativos e
infraestruturas de computação tratam deste tema lançando mão de novas versões.
Também, como metalinguagem o lançamento da uma nova versão de uma música, como
Gil fez, traz consigo este significado implícito.
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