domingo, 24 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Felipe Gomes

A palavra digital tem origem no latim digitus (palavra latina para dedo), uma vez que os dedos eram usados para contagem discreta. O seu uso é mais comum em computação e eletrônica, sobretudo onde a informação real é convertida na forma numérica binária como no som digital ou na fotografia digital. Fonte: Wikipédia, significado de dados digitais.

Segundo consta no material didático exposto pela disciplina Tecnologias Educacionais: "As mudanças inauguradas pelo movimento ciberneticista, a partir da década de 1940, romperam com um paradigma de comunicação e criaram novas lógicas comunicacionais. A filosofia da informação considera que a sociedade contemporânea, hiper conectada, vive um momento em que o homem é um ser informacional e interconectado."

Ou seja, passamos da cultura industrial para a digital do século 21, mediada por tecnologias digitais e pela presença das redes onde muitos indivíduos falam para muitos, diferente da época em que a televisão e a rádio dominavam os meios de comunicação, onde um falava para muitos sem haver interação entre o emissor e o receptor.

Percebe-se relações entre técnica, sociedade e cultura. Entende-se que Cultura (é o conjunto de representações sociais) que utiliza da Técnica (interfaces ou conjunto de artefatos) condicionando a Sociedade, pessoas que trocam informações e que produzem conteúdo determinando comportamentos para a formação da Cultura Digital.

O material didático da disciplina de Tecnologias Educacionais aborda que: "Dentro da cultura digital, qualquer um pode gravar um vídeo ou áudio, bater uma foto ou escrever um texto e compartilhar esse material com milhões de pessoas. Para Lévy, no caso do universo digital, as interfaces são os aparatos materiais que permitem a comunicação, tais como computador, telefone, televisão, fax, entre outros. Como diz Martín-Barbero (2004), a novas sensibilidades e escritas ou uma mutação cultural que permite novas formas de comunicação, pois os jovens experimentam uma empatia feita não só de facilidade para se relacionar com as tecnologias audiovisuais e informáticas, mas de cumplicidade expressiva: é em seus relatos e imagens, em suas sonoridades, fragmentações e velocidades que eles encontram seu idioma e seu ritmo (MARTÍN-BARBERO, 2004, p. 287)."

Sendo assim, para resumir o conceito de Cultura Digital, percebe-se que vivemos nos dias de hoje em uma sociedade caracterizada por velocidade e liberdade da informação, que aliados aos avanços de interfaces, transformam a nossa cultura, mudam aspectos como por exemplo: o nosso jeito de agir, de se relacionar, de trabalhar, de consumir, de pensar e de estudar.

 A seguir, interpreta-se o conceito de  Jenkins (2009) a respeito de inteligência coletiva, de cultura participativa e de convergência de meios. A inteligência coletiva acontece quando vários indivíduos contribuem com a construção do conhecimento. A cultura participativa é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de informação se alterem. Já a convergência de meios é uma tendência em que os meios de comunicação estão aderindo para poder se adaptar com a Cultura Digital, não somente utilizando se da junção de tecnologias, mas como também no modo de pensar e de interagir possibilitando novas formas de participação e de elaboração de conteúdo. Práticas pedagógicas que consideram a convergência de meios não devem se preocupar apenas com o quê é utilizado, mas como os recursos são apropriados na construção coletiva do conhecimento.

Relação entre as palavras utilizadas na música Pela Internet de Gilberto Gil em 1996 e a música produzida 20 anos depois, mostrando o que mudou.

Ao trocar os verbos como por exemplo "criar" por "criei" ele comprova que a visão que ele tinha da cultura digital era real e que com "5 gb" já era possível receber e compartilhar informações em um ciberespaço.
E ao citar do "novo website" e da "nova fan page" ele fala do desenvolvimento e das atualizações necessárias para uma convergência digital. Ainda fala de cultura participativa, da vontade que as pessoas tinham em entrar na rede, em resposta disso, hoje temos tantas redes bem desenvolvidas que nos sentimos presos a elas.
Na primeira música ele desejava um barco com informações que ele pudesse chegar a qualquer lugar, hoje ele tem a disposição aplicativos que o guia a qualquer lugar dizendo o melhor modo de se chegar a um lugar, e ainda, de acordo com cada perfil de pessoa com informações que nem a lista do velho correio tinha.

Pesquisa sobre Cibercultura e inteligência coletiva na perspectiva de Pierre Lévy

Identifica-se que tanto o conceito de Cultura Digital abordado acima na presente postagem deste blog e o conceito de cibercultura e/ou ciberespaço abordado abaixo têm contextos parecidos.

"O termo ciberespaço especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço" (LÉVY, 1999, p. 17).

Segundo Lévy (2003, p. 28), a inteligência coletiva é “[...] uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências”. O autor está praticamente citando com outras palavras o conceito de cultura coletiva abordado anteriormente neste post, ao falar do reconhecimento das habilidades que se distribuem nos indivíduos, a fim de coordená-las para serem usadas em prol da coletividade.

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