domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Remilton Silva


Esta postagem traz uma reflexão sobre as mudanças na educação atual, oriundas de uma vivência com a tecnologia inserida em nossas vidas, que possibilitam um acesso rápido e continuo à informação e ferramentas que auxiliam o processo de ensino-aprendizagem. Mais especificamente à respeito de cultura  digital, inteligência coletiva na perspectiva de Pierre Lévy, cultura participativa, convergência de meios e uma relação entre as palavras utilizadas na música “Pela Internet” de Gilberto Gil em 1998 e a música produzida por ele 20 anos depois e como tudo isso auxilia o crescimento e o desenvolvimento das sociedades que empregam os meios comuns de transmissão de informações.

A cultura digital trata-se da interação da realidade com a virtualidade digital, nascida pela era digital, originária do ciberespaço e da linguagem da internet. A cultura em questão, no entanto, não pode ter um conceito definido, mas pode ser vista quando as relações humanas são fortemente mediadas por tecnologias e comunicações digitais.  Os jovens são os que mais atuam socialmente em redes como Facebook, Instagram, WhatsApp e Twitter. Essa nova cultura tem apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e informações, privilegia análises superficiais e traz diferentes modos de dizer e argumentar.

Para entender melhor essa interação do homem com as tecnologias e ferramentas que facilitam o acesso à informação, o grande filósofo Pierre Lévy descreve dois conceitos importantes: inteligência coletiva e ciberespaço. Podemos ver o ciberespaço como um fato concreto na sociedade do século XXI, e que é possível aprender e ensinar a partir dele. O acesso a celulares, smartphones, tablets dentre outros, abre portas a interação entre os usuários desse espaço e faz com que sejam capazes de não só adquirirem conhecimentos, como também, compartilharem com outras pessoas. Nos fazendo pensar em cultura participativa, onde deixamos de ser passivos e passamos a produzir e disseminar informação e conhecimento.

 Lévy defende que todos os indivíduos têm a sua própria inteligência acumulada em suas vivências pessoais e devemos valorizar ao máximo a diversidade das qualidades humanas. Inteligência coletiva, para ele, é um processo de crescimento, de retomada de singularidades. Quando valorizamos o outro, desenvolvemos nele sentimentos de reconhecimento. Não se trata de substituir o homem, mas de promover a construção de coletivos inteligentes, nos quais, as potencialidades sociais de cada um poderão desenvolver-se e ampliar-se de maneira recíproca.

Para finalizar esse post, fazendo uma análise das interações e informações e compartilhamento de conhecimento, vamos utilizar as duas músicas de Gilberto Gil “Pela Internet”. A primeira lançada em 1998 e a outra em 2018. Nesta vemos um crescente avanço das tecnologias em relação àquela. Como exemplo, na 1° versão em que o autor fala em “Gigabytes” e na 2º versão “Agora é Terabyte”. As informações precisam ser armazenadas e com a prodigalidade de informações que temos hoje não cabem mais em Giga e em alguns casos nem mais em Tera, pois já estamos na era do Zettabyte e Yottabyte. Outra diferença é a presença na 2º música das novas redes socias que não existiam outrora e a facilidade e rapidez dos aplicativos nas trocas de mensagens. Por fim, as tecnologias em geral estão em constante avanço. Isso é um fato. E as Tecnologias da Informação e Comunicação (Tics) como são chamadas no Brasil, acompanham o avanço tecnológico e estão modificando a forma de estudo, compartilhamento e influenciando diretamente no ensino-aprendizagem. É importante sabermos nos adaptar constantemente a novas formas de ensino, haja vista que as tecnologias de hoje não serão mais tão avançadas que as tecnologias de vinte anos à frente.

Remilton Monteiro da Silva

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