- Cultura Digital:
Muitos são os órgãos governamentais e privados que ousam conceituar “cultura
digital”, cada um tentando trazer o conceito para a sua área de conhecimento,
mas sem muito efeito prático, ou seja, sem conseguirem efetivamente (ao meu
ver), responder à pergunta “O Que É Cultura Digital?”. Talvez muito por
simplesmente não necessitar de explicação alguma, uma vez que a cultura sempre
será a cultura independentemente do meio que utilizar para ser propagada,
difundida ou mostrada. Para elucidar um pouco mais, basta que façamos um rápido
exercício de pensamento e conceituação. Antes de da Cultura Digital o que
tínhamos? Somente cultura? Ou esta cultura que conhecíamos anteriormente era
uma cultura diferente da cultura denominada de Cultura Digital? A partir destas
reflexões os conceitos de Cultura Digital, Cybercultura ou Cibercultura, nos
levam a compreender que Cultura Digital é a Cultura de sempre, tão complexa e de
tantos significados como sempre a caracterizaram, adicionada do termo Digital
para enfatizar a época em que estamos tratando esta CULTURA e também para ressaltar
que toda a produção cultural pode ser digital ou digitalizada de alguma forma.
- Inteligência Coletiva:
Partindo do pressuposto que ninguém sabe tudo e todos sabem alguma
coisa, este reconhecimento e enriquecimento mútuo das pessoas nos leva a esta
inteligência compartilhada que surge de muito indivíduos em suas diversidades.
- Cultura Participativa:
O surgimento e a adesão popular da Internet tem colaborado cada vez
mais para que a sociedade contemporânea saia da condição de receptora passiva e
passe a interagir entre si construindo esta cultura onde os papéis de
produtores e consumidores de informações se alterem.
- Convergência de Meios:
A convergência de Meios é uma transformação cultural e ocorre dos
cérebros de consumidores individuais e suas interações sociais com os outros
produzindo um fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, a
cooperação de múltiplos mercados midiáticos e o comportamento migratório dos
meios de comunicação que vão a quase qualquer parte e3m busca das experiências
de entretenimento que desejam.
PELA INTERNET - Gilberto Gil
Pela Internet
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X
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Pela Internet 2
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Criar meu web site
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Criei meu website
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Fazer minha home-page
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Lancei minha homepage
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Com quantos gigabytes
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Com 5 gigabytes
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Se faz uma jangada
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Já dava pra fazer
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Um barco que veleje
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Um barco que veleje
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Criar meu web site
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Meu novo website
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Fazer minha home-page
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Minha nova fanpage
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Com quantos gigabytes
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Agora é terabyte
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Se faz uma jangada
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Que não acaba mais
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Um barco que veleje
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Por mais que se deseje
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Que veleje nesse informar
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Se o desejo agora é navegar
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Que aproveite a vazante da infomaré
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Subindo o rio tejo tenho como achar
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Que leve um oriki do meu velho orixá
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Num site de viagem a melhor
opção
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Ao porto de um disquete de um
micro em Taipé
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Com preço camarada bem no meu padrão
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Um barco que veleje nesse infomar
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Se é música o desejo a se considerar
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Que aproveite a vazante da infomaré
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É só clicar que a loja digital já
tem
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Que leve meu e-mail até
Calcutá
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Anitta, arnaldo antunes, e não sei
mais quem
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Depois de um hot-link
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Meu bem, o itunes tem
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Num site de Helsinque
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Para abastecer
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De a a z quem você possa imaginar
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Estou preso na rede
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Eu quero entrar na rede
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Que nem peixe pescado
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Promover um debate
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É zapzap, é like
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Juntar via Internet
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É instagram, é tudo muito bem
bolado
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Um grupo de tietes de Connecticut
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O pensamento é nuvem
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Eu quero entrar na rede
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O movimento é drone
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Promover um debate
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O monge no convento
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Juntar via Internet
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Aguarda o advento de Deus pelo iphone
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Um grupo de tietes de Connecticut
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Cada dia nova invenção
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De Connecticut de acessar
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É tanto aplicativo que eu não sei
mais não
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O chefe da Mac Milícia de Milão
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What’s app, what’s down, what’s new
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Um hacker mafioso acaba de soltar
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Mil pratos sugestivos num novo menu
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Um vírus para atacar os programas no
Japão
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É facebook, é facetime, é google
maps
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Eu quero entrar na rede para
contactar
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Um zigue-zague diferente, um beco, um
cep
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Os lares do Nepal, os bares do Gabão
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Que não consta na lista do velho
correio
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Que o chefe da polícia carioca avisa
pelo celular
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De qualquer lugar
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Que lá na praça Onze
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Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
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Tem um videopôquer para se jogar
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De você chegar
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Em 1996 Gilberto Gil criou a música Pela Internet onde ele expressava a
sua vontade em participar do movimento que se iniciava naquela época no Brasil
que era a exploração, utilização e inclusão da Internet no cotidiano das
pessoas.
20 anos depois Gilberto Gil lança uma nova versão da música intitulada Pela
Internet 2 onde o autor atualiza a sua relação com o movimento que ele viu iniciar
20 anos antes, agora mostrando uma atuação muito mais participativa onde
reflete a condição da sociedade mostrando-se integrada aos aplicativos disponibilizados
pela mídia que viu crescer – a Internet.
- Cibercultura e Inteligência Coletiva
Cibercultura
O conceito de cibercultura é trabalhado
de forma diferente por cada autor. Por exemplo, para Pierre Lévy, esse conceito trata da reunião de relações sociais, das
produções artísticas, intelectuais e éticas dos seres humanos. Além disso, a cibercultura se articula
por meio de redes interconectadas de computadores, ou seja, no ciberespaço.
Pode ser pensado como um fluxo contínuo de ideias, práticas, representações,
textos e ações, que ocorrem entre interconectadas. É importante pensar que a cibercultura não é um
marco zero na cultura da humanidade, mas, ao contrário, ela é a cultura em um
sentido bastante amplo, que acontece no ciberespaço. Vale ressaltar que o que
separa a cultura da cibercultura é a sua estrutura técnico-operacional e ela se refere a
um conjunto de práticas exercidas por pessoas conectadas a uma rede
computacional. Para além, a cibercultura é basicamente transposição das culturas humanas para um
espaço conectado. Por se tratar de um espaço em expansão, mais pessoas e grupos
conectados podem trocar informações, saberes e conhecimentos. Ademais, a cibercultura cria
condições para que novos saberes possam ser desenvolvidos como: aplicativos,
sites, programas etc.
Inteligência Coletiva
A inteligência coletiva é um termo
que diz respeito a um princípio no qual as inteligências individuais são
somadas e compartilhadas por toda a sociedade, sendo potencializadas a partir
do surgimento de novas tecnologias de comunicação como a Internet, por exemplo.
Para o filósofo, ela possibilita o compartilhamento da memória, da imaginação e
da percepção, o que resulta na aprendizagem coletiva, troca de conhecimentos.
As informações são cruzadas e então selecionadas por cada pessoa numa espécie
de ecossistema de ideias.
- Cibercultura
e Inteligência Coletiva na Perspectiva de Pierre Lévy e este post:
A cibercultura e a inteligência coletiva como são apresentadas nos remetem
a pensarmos um pouco mais sobre a história e o desenvolvimento da humanidade.
De um lado temos todo o acervo cultural que foi produzido durante todo
o entendimento de existência da terra que os humanos produziram individualmente
e depois coletivamente, pois essencialmente o ser humano é social, ou seja,
necessita compartilhar as suas experiências com seus pares, repetir e adaptar
as suas experiências para fatos novos, relatar seus resultados prosseguindo
neste ciclo produzindo cultura e criando uma inteligência coletiva.
Por outro lado, temos a forma como a cultura e a inteligência coletiva
são propagados, divulgados, difundidos. Se no começo isto era feito por
imitação, passando por demonstrações faladas, depois registradas em materiais
impressos, filmes e músicas, hoje em dia temos todas as formas de divulgação
reunidas num único espaço onde através da digitalização deste acervo cultural e
desta inteligência coletiva conseguimos encontrar tudo numa mídia só – a Internet.
Referências:
Flavio Trauer.
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