Cultura Digital por Marcelo Luiz
Schmitt
Com o advento dos mecanismos
tecnológicos de criação e compartilhamento de informações pelos diversos
indivíduos da nossa comunidade; graças ao advento da internet e dos diversos
instrumentos de comunicação digital, como os smartphones, notebooks e outros
dispositivos de acesso a internet, e a
disseminação das redes sociais, acabou se afirmando a denominada Cultura
Digital.
A Cultura Digital conceitua-se
pela disseminação do conhecimento e manifestações culturais pelos meios digitais,
fazendo que qualquer indivíduo seja criador de conteúdo e informação, e
dissemine-o pela rede; deixando de lado a figura de mero espectador e receptor
das informações, como era até o início deste século.
Além disso, as informações
geradas na Cultura Digital se disseminam
por meio de uma única e simples linguagem
em todo o mundo, a denominada linguagem binária.
Com essa disseminação da criação
de fontes de conteúdo, houve uma guinada quanto à forma que uma mesma informação
pode ser disseminada, levando-se em
conta às diversas perspectivas
apresentadas pelas diversas fontes que relatam sobre o mesmo fato;
deixando de haver “uma verdade” sobre referido fato, para “várias verdades”, ou até mesmo construindo uma “verdade coletiva”,
assimilando as diversas fontes.
Para esse aumento das fontes de
conteúdo sobre um fato ou tema específico, atribui-se a denominação Inteligência
Coletiva, já que são diversos atores sociais que influenciam na assimilação e construção das informações sobre um fato ou
tema específico.
A essa capacidade do indivíduo
participar da construção do conhecimento, por meio da democratização dos meios de acesso e compartilhamento de
informações, é denominada Cultura Participativa; que como o próprio nome diz, o
indivíduo passar a colaborar com a construção do conhecimento, não sendo
somente um receptor.
Toda essa assimilação das informações e
conhecimentos recebidos, e a aproximação do indivíduo aos demais da sua
comunidade, sejam amigos, colegas de trabalho, entre outros vínculos, por meio
dos recursos tecnológicos democratizados são conhecidas como convergência de
meios, sendo uma importante ferramenta de interação do indivíduo como ser
social.
Essa afirmação da convergência de
meios se mostra nítida quando fizemos o comparativo das músicas “Pela Internet”,
de 1996 e “Pela Internet 2”, criada em 2017, de autoria do compositor e cantor
Gilberto Gil, que evidenciam que a
democratização dos meios tecnológicos fizeram com que o indivíduo deixasse de
ser um mero espectador para um participante da criação e disseminação de
conhecimentos.
Vejamos o comparativo na letra da
música:
1996
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
2017
Estou preso na rede
Que nem peixe pescado
É zap-zap, é like
É Instagram, é tudo muito bem bolado
A diferença entre as épocas das
músicas é gritante, na qual o individuo passa de mero receptor das informações
disponibilizadas nas redes, mas querendo ser um participante. Quase duas décadas
depois, se observa que o indivíduo se torna quase um refém das redes sociais,
já que elas são um precioso mecanismo de relação com os membros de sua
sociedade.
Dante de todos esses aspectos que
envolvem a “tribo global”, com a democratização e disseminação de conhecimentos
e informações de todo o mundo, acabaram por mudar a nossa forma de pensar, agir
e participar das manifestações culturais, passando a se denominar de
Cibercultura, de acordo com o conceito firmado por Pierre Lévy.
Com todos esses recursos à nossas
mãos, podemos concluir que todos nós somos capazes de criar; não somente de
informações, mas também de conhecimento , entretenimento e riquezas, diante
dessa revolução tecnológica, e sua democratização nos dias atuais.
Marcelo Luiz Schmitt.
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