Cultura digital
Por
Juliesi Cruz
A Cultura digital é uma
cultura contemporânea, trata-se de um novo conceito na forma das pessoas se
comunicarem, aproximar-se de outros ou da sociedade através de uma rede de
informações. Ainda não está consolidado um conceito entre autores,
pesquisadores ou ativistas a respeito do tema, cada um denomina esta questão de
uma forma: cibercultura, revolução
digital, era digital.
Ao decorrer do
Seminário Internacional de Diversidade Cultural, foi fomentado através de um
processo participativo a construção de uma agenda de cultura Digital. Bianca
Santana e Sergio Amadeu da Silveira, ativistas e pesquisadores desta área, sistematizaram
redação final conceituando a cultura digital como:
“Reunindo ciência e cultura, antes separadas pela dinâmica das
sociedades industriais, centrada na digitalização crescente de toda a produção
simbólica da humanidade, forjada na elação ambivalente entre o espaço e o
ciberespaço, na alta velocidade das redes informacionais, no ideal de
interatividade e de liberdade recombinante, nas práticas de simulação, na obra
inacabada e em inteligências coletivas, a cultura digital é uma realidade de
uma mudança de era. Como toda mudança, seu sentido está em disputa, sua
aparência caótica não pode esconder seu sistema, mas seus processos, cada vez
mais auto-organizados e emergentes, horizontais, formados como descontinuidades
articuladas, podem ser assumidos pelas comunidades locais, em seu caminho de
virtualização, para ampliar sua fala, seus costumes e seus interesses. A cultura
digital é a cultura da contemporaneidade”.
Dentro desta nova perspectiva de comunicação e interação social,
podemos elencar três conceitos, a inteligência coletiva, a cultura
participativa e a convergência de meios.
A inteligência coletiva presume que todos são autores e participam da
construção do conhecimento, redes sociais e software livres são exemplos de
compartilhamento de conhecimento e construção coletiva de novos saberes.
A cultura participativa representa a maneira que a sociedade interage
de forma ativa, dentro desta nova concepção cultural, produzindo conhecimento e
disseminando informações, antagonista a forma considerada tradicional até pouco
tempo atrás, onde existia uma fonte de informação e um receptor passivo.
Convergência dos meios é a integração de
diferentes mídias, não no sentido de junção de tecnologias distintas, mas na
difusão da mesma informação através de diferentes recursos midiáticos. A convergência
dos meios proporciona a participação e a interação social, instigando o indivíduo
a buscar mais e compartilhar seu ponto de vista.
Na canção “Pela internet” de Gilberto Gil gravada em 1996, usando
termos comuns a era digital, faz uma analogia entre a navegação, que outrora
descobria “novos mundos” e transportava pessoas para longe, com a internet que
atualmente possibilita pessoas a conhecer diferentes lugares do mundo sem sair
de casa, ele cita a interação entre pessoas de lugares e culturas distintas como
se estivessem no mesmo ambiente, ressaltando a facilidade do contato entre pessoas
de lugares distantes.
Em 2018, Gilberto Gil, na musica “Pela Internet 2” , evidencia a evolução
da digitalização da sociedade e da dependência que a internet criou a população, facilitando a rotina e a comunicação entre as
pessoas. Ressalta a velocidade do avanço cibernético através da integração entre
os aplicativos disponíveis e a maneira que esses recursos atraem os usuários e
estimulam sua dependência, condicionando o acesso de um produto a outro.
Para Pierre Levy, inteligência coletiva e a forma do homem pensar e
compartilhar suas idéias e conhecimento através de redes e conexões sociais, ‘e
a construção de novos saberes através da participação coletiva, sem subjugar ou
menosprezar nenhum ponto de vista, independente da posição social que este
individuo ocupe.
Pierry Levy, define cibercultura como um movimento que oferece novas
formas de comunicação atingindo milhares de pessoas pelo mundo, reconhece os obstáculos
culturais, sociais e econômicos existentes, mesmo tentando evitar entrar nestes
âmbitos, porem por se tratar de algo abrangente, dificilmente estes temas
consigam se desvencilhar. Levy acredita que a cibercultura seja uma herdeira da
filosofia, que busca a igualdade e a liberdade, ressaltando o crescimento das conexões
gratuitas em maior velocidade que as ferramentas pagas. Para Levy, a internet é principalmente, um instrumento de comunicação entre pessoas, um lugar no qual a
sociedade auxilia seus membros a buscar e construir conhecimento.
REFERENCIAS
JENKINS,
H. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo:
Editora 34, 1999.
MINISTÉRIO
DA CULTURA. Secretaria Especial de
Cultura. Cultura Digital. Disponivel em :http://culturadigital.br/conceito-de-cultura-digital/ Acesso em 14/02/2019.
JULIESI CRUZ.
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