sábado, 16 de fevereiro de 2019



                          Cultura Digital por Ana Lucia Gugelmin
    
   O conceito de cultura digital não está consolidado.Aproxima-se de outros como sociedade de sociedade da informação,cibercultura,revolução digital,era digital.Cada um deles,utilizado por determinados autores,pensadores e ativistas,demarca esta época,quando as relações humanas são fortemente mediadas por tecnologias e comunicações digitais.

       

                          Inteligência Coletiva Cultura participativa e Convergência de meios

A inteligência coletiva seria uma forma de o homem pensar e compartir seus conhecimentos com outras pessoas, utilizando recursos mecânicos como, por exemplo, a internet. Nela os próprios usuários é que geram o conteúdo através da interatividade com o website.Segundo o filósofo francês Pierre Lévy explica com seu trabalho na criação de programas de computador contribuindo com a prática de tal conceito. Para o intelectual, o desenvolvimento da inteligência coletiva se dá tanto pela reflexão filosófica, histórica e sociológica quanto pela aplicação em tecnologias.
De acordo com Levy (2000), a “engenharia do laço social” é a arte de valorizar ao máximo a diversidade das qualidades humanas. Inteligência coletiva, para ele, é um processo de crescimento, de retomada de singularidades. Quando valorizamos o outro, desenvolvemos nele sentimentos de reconhecimento. Não se trata de substituir o homem, mas de promover a construção de coletivos inteligentes, nos quais as potencialidades sociais de cada um poderão desenvolver-se e ampliar de maneira recíproca.
Em qualquer lugar há inteligência. Qualquer um é capaz de produzir conhecimento, de gerar informação de relevância. O outro é alguém que sabe as coisas que eu não sei. Na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social. (LEVY, 2000, p. 30) Jenkins concorda com esse ponto de vista. Nenhum de nós sabe tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades. (JENKINS, 2009)
Jenkins (2009) vai mais além ao conceituar cultura da convergência de meios, a qual representa uma transformação cultural à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídias dispersos. Ele ainda afirma que as mídias vêm sendo moldadas para algo que ele chama de economia afetiva, em que o consumidor ideal é ativo, comprometido emocionalmente e parte de uma rede social.
Howard Rheingold (2012) fala de uma cultura participativa, em que uma parcela significativa da população pode participar da produção de materiais culturais. Ele enfatiza o empoderamento sem precedentes que o know-how digital pode conceder, criando um senso de pertença e participação nos usuários. Possibilita aos internautas adquirir habilidades para se envolver na vida cívica de suas comunidades, construindo uma cultura mais democrática e diversificada. A recompensa pode vir ainda com um emprego, um companheiro, ou mesmo, a venda de um produto ou serviço.
Na visão dele, essa “arquitetura de participação” só se torna vital quando os humanos a usam para fazer coisas. Um “tecido cultural” emerge da agregação e da interação de milhões de produções criadas individualmente. Em torno dessa participação digital surgiu um “ecologia cultural”, repleta de subculturas e episódios para se criar novos significados, influenciando na agenda cultural, definindo estratégias para atingir os interesses dos usuários.
No entendimento de Jenkins (2009), no momento, estamos utilizando esse poder coletivo para fins recreativos. Mesmo com um novo modo de aprendizagem, em que a educação se assemelha mais a uma rede, ainda há pouca instrução explícita. Rheingold (2012) refere-se aos gêneros criativos, dizendo que poderão anunciar a forma como muitas pessoas aprenderão habilidades necessárias no futuro. O modo como essas diversas transições evoluem irá determinar o equilíbrio de poder na próxima era.
Jenkins (2009) se questiona sobre como manter o potencial da cultura participativa na esteira da crescente concentração das mídias. Howard Rheingold (2012) nos leva a crer que os cidadãos comuns são, na maioria das vezes, travados, quando desejam participar da produção. Ainda vivemos em um mundo em que consumimos principalmente conteúdos produzidos por empresas midiáticas. Se o público não tiver ideia das discussões, terá pouco ou nada a dizer a respeito das decisões tomadas.


Referências:
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência- Site da Internet acessado em 14         /02/2019
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Site da Internet acessado em 14/02/2019
RHEINGOLD, Howard. Net Smart: How to Thrive Online. 2012. Site da Internet acessado em 15/02/2019

 “Entendo que viver sem internet é praticamente impossível hoje em dia. Já estamos tão acostumados com as facilidades da rede e o acesso massivo a qualquer tipo de informação que muitas atividades passaram a ser realizadas no modo online. Ler mensagens, fazer transações financeiras e até as reuniões de trabalho são algumas rotinas que se tornaram digitais, visando a otimização do tempo e o aproveitamento de todas as ferramentas que a tecnologia oferece. Pierre Lèvy chama de Revolução Digital, Segundo ele, "as mudanças das técnicas, economia e costumes estão mais rápidas e desestabilizantes". O quadro de mutações é tão grande que mal conseguimos acompanhá-lo.”
    

  “Pela Internet” de Gilberto Gil 20 anos depois
Na atualidade, qualquer um que possua uma certa facilidade com a internet é capaz de ouvir uma música ou ver um vídeo num smarphone. Isso se chama streaming, que é a transmissão de áudio e vídeo através de uma rede sem a necessidade de efetuar downloads. Isso é hoje é super  comum, mas você tem ideia  de quando e como aconteceu a primeira transmissão streaming no Brasil?
No ano de 1997, Gilberto Gil lançou o CD Quanta. Nesse CD ele incluiu o hit “Pela internet”. Para homenagear a IBM e todos os parceiros que integraram o projeto de lançamento da música, Gil e a produtora produziram uma edição especial do disco. Em 1996, Flora Gil, esposa de Gilberto Gil, procurou a IBM para propor um projeto inovador. Incrivelmente o projeto evoluiu, com desafios técnicos enormes e com a necessidade absoluta de buscar outros parceiros. A ideia da Flora era simples: criar uma música e lança-la através da internet, de forma que ela fosse a primeira música transmitida em tempo real pela internet no Brasil. Foi esse o conceito e o desafio que motivou Gilberto Gil a compor a famosa  música “Pela internet”. Com esse sonho na cabeça, as equipes começaram a trabalhar durante vários meses. Incrivelmente o nome do software da IBM, que possibilitou tudo isso, era IBM Bamba, em incrível sintonia com samba, e Gil. 

Referência: Site da Internet acessado em 16/02/2019

Ana Lucia Gugelmin   16/02/2019



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