sábado, 16 de fevereiro de 2019

Cultura digital por Claudete Borsoi


CULTURA DIGITAL
                                                                                                                   por Claudete Borsoi

Cultura digital está relacionada à transformação digital que está cada vez mais ocorrendo nos processos e meios produtivos, informacionais, educativos e sociais da nossa sociedade.
Conforme Weigel (2018):
·                Transformação Digital – é um processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. É uma mudança estrutural nas organizações, dando um papel essencial para a tecnologia;
·                Cultura – significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro;
·                Cultura Organizacional – é uma expressão muito comum no contexto empresarial que significa o conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma determinada organização

Cultura digital, conceitualmente, é um conjunto que envolve todas as manifestações produzidas ou transformadas por meio digital. Ou seja:

Entende-se como cultura digital os processos de transformação socioculturais que ocorrem a partir do advento de aparatos digitais em detrimento dos analógicos. Pode-se dizer que é quando vários setores da vida de uma pessoa passam a estar intimamente ligados a ferramentas tecnológicas interativas, intercomunicadoras e informativas, quando tal vinculo torna-se tão relevante que passa a fazer parte da rotina do ser humano em instancias diferentes da sua vida. A Cultura digital é quando se apontam novas formas de produção, circulação e recepção de produtos e bens culturais, transformação de linguagens e novas formas de propagar informação e conhecimento. (GIORDANI, 2012).

Jenkins (2008) salienta que a sociedade está incorporada em um período de convergência de meios, em que os poderes de consumo e de produção intercambiam informações.

Nesse sentido, a formação de novos saberes e produtos são elaborados por meio do que o autor chama de cultura participativa. Assim, essa dinâmica cultural que vivenciamos, em que a convergência das mídias é elevada, os movimentos de participação facilitam a influência alternativa de produção e circulação de conteúdo. (LASZLO, 2017).

Neste contexto, toda essa transformação está relacionada à inteligência coletiva, envolvendo toda uma trama de conhecimentos, relacionamentos e competências.

A inteligência coletiva tem como viés principal a atuação de vários indivíduos das mais variadas plataformas de integração, Pierre Levy vai chamar isso de comunidade de conhecimento, segundo coloca Henry Jenkins no livro Cultura da Convergência.(BARBOSA, 2015).

Barbosa (2015) cita diversos exemplos de inteligência coletiva, como fã pages, blogs de notícias, criação de memes, próprios spoiling, além da mobilização que converge e agrega várias plataformas, internet, TV, celular dentre outras criam uma rede que tornam um fenômeno comoção muitas vezes em escala mundial. Outros exemplos de inteligência coletiva aplicada no cotidiano, mas que não fogem das convergências tecnológicas são os sites, grupos (fóruns, comunidades), as redes sociais, blogs de tutorias e resenhas. Blogs de DIYS que ganharam principalmente o público teen.

Toda essa transformação advém da era da informática, com a evolução da Internet e de todos os aparatos tecnológicos. Como exemplo, a música de Gilberto Gil, “Pela Internet” criada em 1996 já mostrava na letra a transformação que se vivenciava na época e, agora mais de 20 anos passados, o cantor recria a própria letra da música, mostrando que estamos cada vez mais inseridos nas tecnologias e engajados no desenvolvimento desse espaço cibercultural.

Pierre Lévy, em 1999, já argumentava que:

O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17, PIERRE..., 2013).

            Percebemos, portanto, que à longa data vivenciamos o processo de universalização da transformação e cibercultura digital, onde, atualmente, estamos dia-a-dia mais imersos nas novas relações de comunicação e produção que nós próprios desenvolvemos e também necessitamos.


REFERÊNCIAS

BARBOSA, Pyedra Souza. Inteligência coletiva. Disponível em: http://culturadigitalcecult.wixsite.com/culturadigital/single-post/2015/03/21/Intelig%C3%AAncia-coletiva. Acesso em: 16 fev. 2019.

GIORDANI, Bianca. o que é cultura digital pra você? Disponível em: http://www.revistacliche.com.br/2012/10/o-que-e-cultura-digital-pra-voce/. Acesso em: 16 fev. 2019.


LASZLO, Beatriz Lopes. Comunicação digital e a cultura participativa nas mídias sociais digitais: estudo de caso da marca Avon. Disponível em: http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000023846.pdf. Acesso em: 16 fev. 2019.
PIERRE Lévy: conceitos-chave no estudo da cibercultura. 2013. Disponível em: https://www.cafecomsociologia.com/pierre-levy-conceitos-chave-cibercultura/. Acesso em: 16 fev. 2019.

WEIGEL, Jaqueline. O que é cultura digital. Disponível em: https://futuroexponencial.com/cultura-digital/. Acesso em: 16 fev. 2019

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