CULTURA
DIGITAL
por Claudete Borsoi
Cultura
digital está relacionada à transformação digital que está cada vez mais
ocorrendo nos processos e meios produtivos, informacionais, educativos e sociais
da nossa sociedade.
Conforme
Weigel (2018):
·
Transformação Digital – é um
processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o
desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores. É uma mudança
estrutural nas organizações, dando um papel essencial para a tecnologia;
·
Cultura – significa todo aquele
complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os
costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente
em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro;
·
Cultura Organizacional – é uma
expressão muito comum no contexto empresarial que significa o conjunto de
valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma determinada organização
Cultura digital,
conceitualmente, é um conjunto que envolve todas as manifestações produzidas ou
transformadas por meio digital. Ou seja:
Entende-se
como cultura digital os processos de transformação socioculturais que ocorrem a
partir do advento de aparatos digitais em detrimento dos analógicos. Pode-se
dizer que é quando vários setores da vida de uma pessoa passam a estar
intimamente ligados a ferramentas tecnológicas interativas, intercomunicadoras
e informativas, quando tal vinculo torna-se tão relevante que passa a fazer
parte da rotina do ser humano em instancias diferentes da sua vida. A Cultura
digital é quando se apontam novas formas de produção, circulação e recepção de
produtos e bens culturais, transformação de linguagens e novas formas de propagar
informação e conhecimento. (GIORDANI, 2012).
Jenkins (2008) salienta
que a sociedade está incorporada em um período de convergência de meios, em que
os poderes de consumo e de produção intercambiam informações.
Nesse
sentido, a formação de novos saberes e produtos são elaborados por meio do que
o autor chama de cultura participativa. Assim, essa dinâmica cultural que
vivenciamos, em que a convergência das mídias é elevada, os movimentos de
participação facilitam a influência alternativa de produção e circulação de
conteúdo. (LASZLO, 2017).
Neste contexto, toda
essa transformação está relacionada à inteligência coletiva, envolvendo toda
uma trama de conhecimentos, relacionamentos e competências.
A inteligência coletiva tem como viés principal a atuação de
vários indivíduos das mais variadas plataformas de integração, Pierre Levy
vai chamar isso de comunidade de conhecimento, segundo coloca Henry Jenkins no
livro Cultura da Convergência.(BARBOSA, 2015).
Barbosa (2015) cita diversos exemplos de inteligência coletiva,
como fã pages, blogs de notícias, criação de memes, próprios spoiling,
além da mobilização que converge e agrega várias plataformas, internet, TV,
celular dentre outras criam uma rede que tornam um fenômeno comoção muitas
vezes em escala mundial. Outros exemplos de inteligência coletiva
aplicada no cotidiano, mas que não fogem das convergências tecnológicas são os
sites, grupos (fóruns, comunidades), as redes sociais, blogs de tutorias
e resenhas. Blogs de DIYS que ganharam principalmente o público teen.
Toda essa transformação advém da era da informática, com a
evolução da Internet e de todos os aparatos tecnológicos. Como exemplo, a
música de Gilberto Gil, “Pela Internet” criada em 1996 já mostrava na letra a
transformação que se vivenciava na época e, agora mais de 20 anos passados, o
cantor recria a própria letra da música, mostrando que estamos cada vez mais
inseridos nas tecnologias e engajados no desenvolvimento desse espaço
cibercultural.
Pierre Lévy, em 1999, já argumentava que:
O termo
[ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação
digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim
como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao
neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e
intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que
se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17,
PIERRE..., 2013).
Percebemos,
portanto, que à longa data vivenciamos o processo de universalização da
transformação e cibercultura digital, onde, atualmente, estamos dia-a-dia mais
imersos nas novas relações de comunicação e produção que nós próprios
desenvolvemos e também necessitamos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Pyedra Souza. Inteligência coletiva. Disponível
em: http://culturadigitalcecult.wixsite.com/culturadigital/single-post/2015/03/21/Intelig%C3%AAncia-coletiva.
Acesso em: 16 fev. 2019.
GIORDANI, Bianca. o
que é cultura digital pra você? Disponível em: http://www.revistacliche.com.br/2012/10/o-que-e-cultura-digital-pra-voce/.
Acesso em: 16 fev. 2019.
LASZLO, Beatriz Lopes. Comunicação digital e a cultura
participativa nas mídias sociais digitais: estudo de caso da marca Avon. Disponível
em: http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000023846.pdf.
Acesso em: 16 fev. 2019.
PIERRE Lévy:
conceitos-chave no estudo da cibercultura. 2013. Disponível em: https://www.cafecomsociologia.com/pierre-levy-conceitos-chave-cibercultura/.
Acesso em: 16 fev. 2019.
WEIGEL, Jaqueline. O que é cultura digital. Disponível
em: https://futuroexponencial.com/cultura-digital/.
Acesso em: 16 fev. 2019
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