A Cultura Digital foi impulsionada pelo avanço das tecnologias da informação e comunicação, que está em franca expansão nos últimos anos. A internet tem possibilitado o avanço da cultura digital principalmente através dos smartphones, os quais são utilizados por boa parte da população, seja para o trabalho, educação ou lazer. A cultura analógica traz significados através da comparação, por exemplo: através da comparação entre os ponteiros do relógio analógico, enquanto a cultura digital revela o resultado imediatamente no display do relógio digital, realizando-se a leitura direta sem a necessidade de comparação.
A Cultura Digital pode ser percebida pelo imediatismo pelo qual a informação é transmitida e compreendida, reduzindo o tempo e o espaço, sem a necessidade de tradutores ou intermediários entre o meio (device) que apresenta a informação, e o agente (pessoa) que a reconhece.
A expansão das redes de internet e a redução preços dos smartphones tem impulsionado a expansão da Cultura digital, através de aplicativos móveis de mensagens, bate-papo e redes sociais pessoais como facebook, redes profissionais com o LinkEdin, e cursos formais em instituições governamentais e privadas.
Cultura Digital é o uso consciente, das tecnologias da informação e comunicação (TIC), onde busca-se melhorias em processos para os mais diversos fins, inclusive educacional. É importante salientar que todo avanço tecnológico impulsiona a cultura digital de acordo com os interesses das pessoas em uma determinada comunidade digital.
A Convergência de Meios é abstrata, ocorre na cabeça das pessoas através do contato com diferentes experiências, ajuda as pessoas a formar novas ideias, que através da sapiência colaboram, transformam, atualizam, ou reproduzem de forma melhorada uma experiência vivida ou observada da realidade. Neste contexto, verificamos que há construção de novos saberes, ou atualização, que provem de múltiplos conhecimentos, experiências e habilidade, transformando aquilo que existe em algo novo ou melhorado através da Inteligência Coletiva em meios compartilhados. As mídias sociais através da digitalização proporcionam um cenário ideal para a construção do conhecimento, impulsionam a Cultura Participativa, motivando as pessoas a participarem ativamente de grupos de trabalho relacionados a interesses comuns, onde o reconhecimento imediato é mais importante que o aspecto financeiro, deixado momentaneamente em segundo plano.
No contexto digital, os avanços tecnológicos das últimas décadas proporcionam background que dá suporte aos avanços das plataformas de comunicação e interação social, suportando hipertexto, vídeos, músicas, sites e uma infinidade de conteúdo das mais diversas áreas. Desde a invenção do transistor 1948 nos laboratórios da Bell Telephone, a tecnologia digital vem transformando o mercado tecnológico. No início dos anos 80 a capacidade computacional dos computadores pessoais era bastante limitada, cerca de 1MB de memória ram, aproximadamente 5 Mb de espaço em disco rígio e processamento proporcionalmente limitado. Passados menos de 20 anos, de acordo com a música do cantor Gilberto Gil, observamos uma realidade totalmente diferente .
Em 1996 na primeira versão da música “Pela Internet”, o cantor Gilberto Gil necessita de alguns gigabites para criar uma jangada virtual, um Web Site, não imaginando a grandeza de possibilidades dentro do mundo virtual, talvez até por falta de recursos à época. Passados 20 anos já é possível identificar possibilidades quase infinitas para a utilização da rede através da infomaré, postagem de imagens, áudios, vídeos e streaming, a jangada torna-se pequena e agora é necessário terabytes.
Nas duas versões da música o objetivo é navegar nas ondas da “infomaré” alcançando, infinitos lugares, passando por Taipé, em um porto em Helsinque ou subindo o rio Tejo. Levando informação pelo e-mail até Calcutá. A home-page de 20 anos já é uma fanpage com muitos terabytes que não acabam mais, entra na rede promove um debate, agora com terabytes se é música que deseja já tem Anita, Arnaldo Antunes e muito mais, no itunes tem.
Pela Internet II percebe-se mudanças significativas, não se fala mais em e-mail, agora é zapzap, instagram, é like, o pensamento já está na nuvem e já aguarda eventos pelo Iphone, já encontra sugestões de mil pratos em um novo menu, já tem facebook, google maps.
A comparação é inevitável, a limitação de recursos tecnológicos nos anos 90 de certa forma limitava até a imaginação, no passar dos anos percebe que o Ceu é o limite, o que era sonho no passado agora é realidade, como navegar nas ondas da internet pra solicitar um prato de um menu de mil sugestões.
Os sonhos se tornaram realidade e deram asas a imaginação.
A Cibercultura surgiu provocada pelos avanços tecnológicos das telecomunicações, em especial com o surgimento da internet, que deu origem ao ciberespaço, um novo meio de comunicação que surgiu com o crescimento e interconexão dos computadores. A cibercultura remete ao pensamento do novo mundo virtual e universal que é a internet, onde o indivíduo colabora conscientemente, em comunidades nas quais possui interesse comum, na construção de novos saberes.
A Inteligência Coletiva é percebida através das interatividades nas comunidades virtuais, onde indivíduos compartilham conhecimentos em um ambiente comum, independente da localização geográfica e tempo, colaborando e enriquecendo na geração de novos conhecimentos com a inserção de “blocos” de conhecimentos conectados entre si.
Há ainda um ambiente real para virtualização dos espaços virtuais, onde acontece a desterritorialização do virtual, tornando-se alcançável à qualquer pessoa desconsiderando localização geográfica e tempo.
Neste sentido na letra das músicas “Pela Internet” e “Pela Internet 2”, percebe-se uma realidade em 1996 e outra em 2016, onde o espaço virtual abrange recursos outrora inimagináveis como o facebook e whatsapp, e da margem para novos sonhos quando o autor canta:
“De a a z quem você possa imaginar
Estou preso na rede
Que nem peixe pescado”
Sabemos que as pessoas não estão todas conectadas, quer seja pelas condições sub-humanas que ainda existem, quer pela falta de escolaridade, ou por estarem desprovidos de condições financeiras. No entanto, esta é a oportunidade que as pessoas têm de passarem a ser os diretores das suas próprias histórias, apresentando ao mundo mais do que a mídia comum mostra nas telas.
Referências complementares:
JOAQUIM, Bruno.
Disponível em: <https://www.cafecomsociologia.com/pierre-levy-conceitos-chave-cibercultura/> Acesso em: 16 de fevereiro de 2019
Acervo O Globo.
Disponível em: <https://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/transistor-inventado-10618770> Acesso em: 16 de fevereiro de 2019
PCWorld.
Disponível em: <https://pcworld.com.br/a-estonteante-evolucao-dos-discos-rigidos/> Acesso em: 16 de fevereiro de 2019
Tecnologia IG.
Disponível em: <https://tecnologia.ig.com.br/2014-08-12/computador-pessoal-faz-33-anos-conheca-a-historia-do-ibm-pc.html> Acesso em: 16 de fevereiro de 2019
Helder F Cardoso
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