segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Larissa Suppi


Vivemos e compartilhamos nossas vidas e momentos no ambiente digital. Interagimos, fazemos mobilizações sociais, compartilhamos trabalhos artísticos, produzimos e divulgamos conteúdo, estudamos, conhecemos o desconhecido, entre tantas outras atividades todos os dias com tantas pessoas por meio do digital. Todas essas experiências fazem parte do que chamamos de Cultura Digital.

Sendo assim, é possível reconhecer que em qualquer lugar há inteligência. Qualquer um é capaz de produzir conhecimento, de gerar informação de relevância. O outro é alguém que sabe as coisas que eu não sei. A isso chamamos de A inteligência coletiva é um conceito de um tipo de inteligência compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades. Por isso, a Inteligência Coletiva, como cita Pierre Lévy, também pode ser considerada uma inteligência incessantemente valorizada. Pierre Lévy, em 2003, trouxe a tona o seguinte termo: Inteligência Coletiva, que é toda e qualquer forma que o ser humano possui para se expressar, e assim trocar ou partilhar uma informação utilizando meio como a internet.

Produzir conhecimento e disseminar informações e ideias tornou-se uma realidade recorrente. Segundo Henry Jenkins, um dos mais importantes e influentes pesquisadores da mídia na atualidade, o público encara a “Internet como um veículo para ações coletivas - soluções de problemas, deliberação pública e criatividade alternativa”. A cultura participativa propiciada pelo caráter interativo da Internet é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de informação se alterem. Na cultura participativa é necessário que os consumidores interajam intensamente criando e circulando conteúdos, criando um potencial para a Internet de ser um poderoso instrumento de mobilização política, social e cultural. Esse novo cenário é proporcionado por novos meios de comunicação que tem como característica permitir mais participação e interação que os antigos, sendo os novos meios mais “dispersos, descentralizados e facilmente disponíveis.

A convergência de meios não se trata necessariamente da junção de tecnologias ou artefatos, mas ocorre nos cérebros e nas interações sociais. A digitalização é o processo que criou condições para que fosse possível a convergência de meios. Esta, por sua vez, possibilita novas formas de participação e elaboração. A convergência de meios permite que o consumo das mídias seja transformado em produção e, por isso, incentiva a participação.

A música lançada por Gilberto Gil em 1996, chamada Pela Internet e 20 anos depois mostra que hoje qualquer um de nós é capaz de ouvir uma música ou ver um vídeo num celular. Hoje tudo isso se tornou muito comum.

Quando lançada muitas pessoas e famílias não tinham acesso ao computador. Ele consegue pela letra nos atrair e pensar que temos em nossos lares uma máquina que nos oferece um alcance mundial, que podemos ter em nossas mãos conjuntos de páginas que nos ajuda a conhecer lugares, a tirar dúvidas e a obter informações por meio de teclas e componentes que nos leva de um lugar ao outro do mundo. Podendo ainda, construir um barco de conhecimento, navegando e buscando informações sobre tudo o que acontece no mundo, ou seja, construindo nosso conhecimento por meio do computador, mandando e-mail que nos permite estar em contato com muitas pessoas.

... Anos após o lançamento, a música continua atualíssima. É fato que precisamos estar ligados, entrar na rede e na navegação para não ficarmos ultrapassados, mas sim atualizados com os progressos da tecnologia e ainda ir à busca de novos recursos, conhecimentos e aprendizagens.

O conceito de cibercultura é trabalhado de forma diferente por cada autor. Por exemplo, para Pierre Lévy, esse conceito trata da reunião de relações sociais, das produções artísticas, intelectuais e éticas dos seres humanos. Além disso, a cibercultura se articula por meio de redes interconectadas de computadores, ou seja, no ciberespaço. Pode ser pensado como um fluxo contínuo de ideias, práticas, representações, textos e ações, que ocorrem entre interconectadas. O autor leva em consideração que a redefinição de identidades e das regras do jogo social se dará por ocasião de interações cooperativas no ciberespaço. Esse projeto convoca a um novo humanismo, em que devemos nos conhecer para pensarmos juntos. Sujeitos cognitivos, abertos, capazes de iniciativa, imaginação e de reação rápidas asseguram seu sucesso em um ambiente altamente cognitivo.

Aprender a produzir conhecimento coletivamente é, aliás, uma habilidade que deve ser ensinada na escola em tempos de cultura digital, assim como orientar os alunos para que saibam selecionar as informações que têm ou não qualidade em meio à avalanche de dados que recebemos diariamente. E é este um dos papeis dos educadores hoje, possibilitar que os alunos pensem criticamente e estrategicamente com o que a internet oferece e saibam filtrar as informações a seu favor e crescimento.

Larissa Suppi

Nenhum comentário:

Postar um comentário