O conceito de cultura digital não está consolidado. Aproxima-se de outros como sociedade da informação, cibercultura, revolução digital, era digital. Cada um deles, utilizado por determinados autores, pensadores e ativistas, demarca esta época, quando as relações humanas são fortemente mediadas por tecnologias e comunicações digitais.
A inteligência coletiva é um conceito de um tipo de inteligência compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades. ... Por isso, a Inteligência Coletiva, como cita Pierre Lévy, também pode ser considerada uma inteligência incessantemente valorizada.
Pode entender globalização como uma quebra das fronteiras do mundo todo, tanto devido ao comercio mundial que é um fato hoje em dia, como pelo desenvolvimento tecnológico que permite o acesso a informações e comunicação do mundo todo. A música trata justamente disso, por exemplo o trecho "Que leve meu e-mail até Calcutá". Você pode estar no Brasil, mas presente via email em Calcutá.
Lévy trabalha com dois conceitos importantes: inteligência coletiva e ciberespaço. No que tange à inteligência coletiva, defende que todos os indivíduos têm a sua própria inteligência acumulada em suas vivências pessoais e que deve ser respeitada por isso. Reitera que ela serve como um modo de interação social, por ser capaz de criar uma espécie de democracia em tempo real, dadas as suas constantes possibilidades de interação entre os pares. E com relação ao conceito de ciberespaço salienta que, muito mais que um meio de comunicação ou mídia, trata-se de um espaço de reunião de uma infinidade de mídias e interfaces, que podem ser encontradas tanto nas mídias como: jornal, revista, rádio, cinema, tv, bem como mais diferentes interfaces que permitem a interação ao mesmo tempo ou não, como os chats, os fóruns de discussão, os blogs, entre outros.
A partir desses conceitos, o ciberespaço apresenta-se como o local onde a inteligência coletiva se forma por conta da interação entre as pessoas que, como sujeitos individuais que são, promovem o intercâmbio de ideias por meio de comunidades virtuais, cujo objetivo maior está em promover amplas conexões entre seus participantes. O que resulta disso é a transmissão e a construção de ideias que acaba por criar um outro conceito: o da cibercultura – um movimento social e cultural que estabelece uma relação nova com o conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e possibilidades de se aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da realidade. E é esse espaço, onde a interação acontece, que acaba por promover implicações e mudanças nos conceitos de arte, na organização de espaços e de territórios, nos limites entre o individual e o coletivo, enfim. Como resultado disso, temos questionamentos no mundo real no que tange à formação e à educação do indivíduo: Como dar-se-á a educação nesse espaço? O que se ensina? O que se aprende? Como se avalia? Quem orienta? Quem ensina e quem aprende? São questões a serem pensadas em relação a esse espaço virtual que não pode ser negado nem ignorado porque já faz parte da realidade.
Lévy, entendendo o ciberespaço com um fato concreto na contemporaneidade, prova que é possível aprender e ensinar a partir dele, ou seja, a interação entre os usuários desse espaço é capaz de fazer com que eles não só adquiram conhecimentos, como também compartilhem-nos. Trata-se de uma ação recíproca. E essa ação faz repensar os moldes atuais de educação que precisa reestruturar-se para dar conta de inserir o aluno e os meios virtuais/tecnológicos em sala de aula como aliados ao aprendizado.
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