Cultura Digital por Claudia Regina Escher

O conceito de cultura digital não está consolidado, o que abre inúmeras possibilidades em vários aspectos de nossas vidas, e a Educação é uma delas, mas estimular a aprendizagem e tornar o ensino mais participativo requer criatividade e planejamento. Não se trata apenas de distribuir meio eletrônicos aos alunos ou pedir para que estudem utilizando computadores. A cultura digital muda a forma de nos comunicarmos, qualquer pessoa pode gravar um vídeo ou escrever um texto e compartilhar esse material.

Todas as novas formas de se comunicar e relacionar por meio das novas tecnologias que estão em constante mudança e fazem parte do mundo contemporâneo são possibilidades de construção da cultura digital.

Na cultura digital, as mídias e linguagens se entrelaçam cada vez mais, formando redes tão conectadas que fica cada vez mais difícil dizer onde começa uma e termina outra. Podemos, dentro da cultura digital, citar a inteligência coletiva, a cultura participativa e a convergência de meios.

A inteligência coletiva pressupõe que todos contribuem com a construção do conhecimento, é consolidada pelo coletivo. As redes sociais, a wikipédia, por exemplo, são espaços onde há inteligência coletiva. A inteligência coletiva seria uma forma do homem pensar e compartilhar seus conhecimentos com outras pessoas, utilizando recursos mecânicos, como por exemplo a internet. Segundo Pierre Lévy, “a inteligência coletiva é um termo que diz respeito a um princípio no qual as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por toda a sociedade, sendo potencializadas a partir do surgimento de novas tecnologias de comunicação”. Ainda, segundo o autor, a cibercultura é um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de pessoas pelo mundo.

A cultura participativa contrasta com a passividade. Produzir conhecimento e disseminar informações e ideias tornou-se uma realidade recorrente. A cultura participativa propiciada pelo caráter interativo da Internet é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de informação se alterem.

A convergência de meios não se trata penas da junção de tecnologias, ela permite que o consumo das mídias seja transformado em produção, incentivando a participação.

Em 1996, Gilberto Gil criou a música “Pela Internet”, onde ele fala sobre o que ele pensava a respeito da internet, quais as alternativas ele vislumbrava de um dos recursos. Ele falava de um mundo ainda pouco desbravado, citava possibilidades ainda desconhecidas ou pouco utilizadas. 20 anos depois, ele gravou a música “Pela Internet 2”, onde ele fala de uma visão atual, de recursos que ainda não imaginavam utilizar naquela época. É uma evolução muito grande em pouco espaço de tempo. A tecnologia se supera dia-a-dia e isso é incrível, mas ao mesmo tempo assustador.

A tecnologia está em uma constante evolução. Devemos utilizar a tecnologia para disseminação de conhecimento, compartilhamento de informações e construção de novos pensadores.

Claudia Regina Escher