Cultura
Digital por Andréia Liberalesso
O
tema cultura digital embora muito utilizado, não tem um conceito
exato. Para Garofalo (2018), a cultura digital trata-se de cultura
nascida pela era digital, originária do ciberespaço e da linguagem
da internet, buscando integrar a realidade com o mundo virtual. A
cultura digital é ampla, contempla e mescla diferentes mundos e
culturas.
Assim
sendo, permeando a cultura digital, temos os conceitos de
inteligência coletiva, , cultura participativa e convergência de
meios. A inteligência coletiva, pressupõe, no contexto da cultura
digital, que todos contribuem com a construção do conhecimento, as
comunidades virtuais podem disponibilizar a todos os conhecimentos de
cada um de seus membros. O conhecimento está na humanidade e nesse
sentido, a inteligência coletiva questionaria qualquer tipo de
hierarquia (SILVA, 2015).
A
convergência de meios é um processo que não se dá nos aparelhos
ou nas tecnologias, ela ocorre nas pessoas, em suas mentes e em suas
interações (SILVA, 2015).
E a
cultura participativa, por sua vez, surge no sentido de que com todo
esse conhecimento e toda essa disponibilidade de meios de torná-lo
acessível a todos, as pessoas deixam de ser apenas receptoras
passivas da informação. Elas passam a interagir, produzir
conhecimentos, disseminar informações e ideias.
Considerando esses conceitos, analisa-se a
música de Gilberto Gil “Pela Internet” gravada em 1996 e a
música produzida por ele 20 anos mais tarde. A música gravada em
1996 trazia uma série de possibilidades que eram vislumbradas com o
advento da internet, muitas delas acreditava-se que talvez nem seriam
possíveis, hoje 20 anos depois, a nova letra da música mostra que
muito mais do que se previa em 1996 foi feito. As pessoas vivem em um
mundo super conectado, as distâncias, pelo menos no sentido de
comunicar-se, não existem mais. Vivemos em um mundo sem fronteiras,
que compartilha informações, conhecimentos, ideias, cultura, que há
20 anos atrás era bem diferente do que é hoje, que não tinha tanta
velocidade, que não imaginava que talvez terabytes fossem
insuficientes para armazenar tantas mídias e tantas informações.
Seguindo, no contexto de todo o exposto, o
autor Pierre Lévy, em uma de suas obras de 1994, já trazia
reflexões a respeito do impacto das tecnologias sobre a sociedade,
bem como sobre a capacidade de novos meios de comunicação
permitirem aos humanos compartilhamento de ideias e de conhecimento.
Logo, ele estabelece o conceito de inteligência coletiva, ou seja, a
possibilidade que temos atualmente de produzir conhecimento e
compartilhá-lo com qualquer pessoa que esteja conectada, bem como a
possibilidade de outras pessoas contribuírem com o conhecimento já
produzido e isso na visão dele, dentro de um ciberespaço, cria a
cibercultura, um movimento social e cultural que estabelece uma nova
relação com o conhecimento e com o saber (OLIVEIRA, ?).
Assim sendo, todo o exposto neste post,
está intrinsecamente conectado com a perspectiva de Lévy sobre a
cibercultura e a inteligência coletiva, uma vez que hoje vivemos em
um mundo conectado, em que milhares de informações são produzidas
e compartilhadas por segundo, utilizando-se redes sociais e outras
interfaces computacionais ou de comunicação.
Referências
GAROFALO,
Débora. Cultura
Digital:
o que é e quais ferramentas podem ser utilizadas. 2018. Disponível
em
<https://novaescola.org.br/conteudo/12552/cultura-digital-o-que-e-e-quais-ferramentas-podem-ser-utilizadas>.
Acesso em 17 fev. 2019.
SILVA,
Ana Cristina Teodoro da. Comunicação
e Educação:
convergência e imagens como meio de campo. Disponível em
<http://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-0700-1.pdf>.
Acesso em 17 fev. 2019.
OLIVEIRA,
Roberto Carlos Farias de. Pierre
Lévy:
a inteligência coletiva e os espaços do saber. Disponível em
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/marketing/pierre-levy-a-inteligencia-coletiva-e-os-espacos-do-saber/56040>.
Acesso em 17 fev. 2019.
Andréia Carla Liberalesso
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