A intensa transformação do mundo no sentido da integração econômica e
cultural entre países, observada nos últimos anos, só foi possível devido ao
desenvolvimento e popularização de ferramentas tecnológicas de comunicação. Essa
transformação no padrão de comunicação, além de ser um caminho irreversível,
está em constante modificação e faz com que a sociedade se torne cada vez mais
dependente dessas tecnologias. Nesse sentido, o cidadão comum passa assumir um
papel de protagonismo, deixando de receber passivamente a informação e passando
a gerar conteúdo, baseado no acesso rápido a qualquer parte do mundo por meio das redes de comunicação.
O fluxo de conteúdos se dá por múltiplas plataformas de comunicação que estão em
constante transformação. Essa cultura participativa potencializa o
compartilhamento e disseminação do conhecimento, o que Nonaka e Takeuchi (1997)
trazem do ambiente corporativo como a espiral do conhecimento, onde por meio da
socialização o conhecimento tácito, individual e particular, é transformado em
conhecimento explícito, capaz de gerar novos conhecimentos. Isso é a base da
inteligência coletiva, onde as inteligências individuais se somam e se
potencializam na sociedade contemporânea, fomentada pelas tecnologias de comunicação,
como proposto por Pierre Lévy. Essa base tecnológica, originou espaços virtuais
que possibilitaram a integração da realidade com o mundo virtual, transpondo as
barreiras físicas do mundo real e acelerando de sobremaneira a disseminação da
comunicação. Toda tecnologia, além de trazer vantagens e benefícios, ocasiona novos
padrões de comportamento, porém, também pode causar alguns efeitos colaterais
quando não utilizada de forma positiva. O mundo tem observado a utilização das
mais diversas plataformas de comunicação para a disseminação de fake news, interferência em mercados,
governos e eleições, bem como para crimes de pirataria e pornografia. Porém, os
benefícios e o potencial associado são tão grandes que as possíveis
transformações que ainda nem imaginamos que vão acontecer nos faz apostar nesse
caminho, como a música Pela Internet de Gilberto Gil ousou prever em 1996.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.
Criação de conhecimento na empresa. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário