quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Priscila Rosa da Silva


Após realizar algumas leituras sobre o tema proposto “cultura digital”, consegui vislumbrar um conceito de cultura digital como as manifestações culturais produzidas pelo homem no ambiente digital.
O processo da cultura digital vem se desenvolvendo a alguns anos. Podemos observar um pouco desta evolução através da música “Pela Internet” de Gilberto Gil, produzida no ano de 1996. Esta música ganhou uma nova versão 20 anos depois, e a evolução ocorrida ao longo deste período é perceptível na letra da música. Na primeira versão da música percebe-se que estávamos no início da era da cultura digital, onde estavam sendo criadas as primeiras páginas de internet, e-mails. No entanto, ainda não havia muitos modos de interação nesta fase inicial, as pessoas ainda eram mais receptoras do que emissoras de mensagens. Percebemos a presença de muitas limitações, como tamanho de memória – quando comparamos as funcionalidades e possibilidades apresentadas pela nova versão da música. Atualmente existem uma infinidade de aplicativos, softwares com as mais variadas funcionalidades. Muitos deles, podem ser utilizados na educação.
Com a Era digital a velocidade e a quantidade de informações disponíveis aumentaram em uma escala aritmética. O uso de tecnologias na educação permite tornar o ensino mais motivador, através do uso de ferramentas que permitem que o aluno participe ativamente de seu processo de aprendizagem.
Dentro deste mesmo contexto, encontramos três conceitos importantes: inteligência coletiva, cultura participativa e convergência de meios. Segundo Levy (2000,p 30):

Em qualquer lugar há inteligência. Qualquer um é capaz de produzir conhecimento, de gerar informação de relevância. O outro é alguém que sabe as coisas que eu não sei. Na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social.

Partindo desta citação, podemos definir o conceito de inteligência coletiva, que trata-se de uma inteligência compartilhada, colaborativa, construída em conjunto. Complementando o conceito de inteligência coletiva, temos o conceito de cultura participativa. Na era digital, todos os usuários tem a possibilidade de emitir sua mensagem, seja através da publicação de um texto, uma foto em suas redes sociais; ou através da criação de uma página na web. Assim, todos nós somos emissores de mensagem. Isso chama-se cultura participativa.
De acordo com Jenkins (2009): a convergência de meios não se trata necessariamente da junção de tecnologias, ela ocorre nos cérebros e nas interações sociais. A digitalização é o processo que criou condições para que fosse possível a convergência de meios. Esta, por sua vez, possibilita novas formas de participação e elaboração. A convergência de meios permite que o consumo das mídias seja transformado em produção e, por isso, incentiva a participação.
Percebe-se que ainda existe uma grande resistência quanto ao uso dos recursos tecnológicos na educação. Os professores conhecem as novas tecnologias, mas a grande maioria deles não possui formação docente suficiente para sentirem-se seguros em utiliza-las no cotidiano escolar. Sendo assim, uso das tecnologias educacionais possui um enorme potencial, mas ainda trata-se de um grande desafio incorporá-las adequadamente neste ambiente

Referências bibliográficas

JENKINS, H. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.

LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

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