A Cultura Digital traz enormes possibilidades em
nossas vidas, o nosso dia a dia é regado de tecnologias, já não nos vemos mais sem
os computadores e celulares, aplicativos são criados a todo momento para facilitar as nossas
vidas o que nos deixam dependentes. Na
educação, podemos reconhecer nesse universo as tecnologias interativas que
reduzem distâncias, não apenas geográficas, nos processos de ensino e
aprendizagem. Entre professores, alunos e conteúdos há espaços e barreiras
físicas, mas também pode haver afastamentos diversos que prejudicam ou anulam a
atividade pedagógica até mesmo em cursos presenciais.
Entendemos que a presença da tecnologia, de
dispositivos e aplicativos, está tão forte no nosso cotidiano que o modo de
pensar, comunicar, fazer e viver sofrem mudanças significativas e históricas.
Esse processo exige uma investigação sobre a cultura em que estamos inseridos. Entendemos
que a cultura digital pode nos ajudar a pensar formas de ampliar o uso das
tecnologias interativas no ensino aprendizagem e assim melhorar sua qualidade.
Mesmo com a resistência de alguns professores, os alunos trazem consigo essa
bagagem cultural tecnológica, criando uma agilidade em se informar, criar, ver
ou ler um conteúdo, o aluno tem uma maior autonomia para realizar uma
atividade. É expectativas que existem no contexto tecnológico atual e nossa
preocupação em enfrentar essas demandas e garantir de alguma forma, a excelência
do ensino.
Com essas mudanças tecnológicas em grande velocidade,
o professor deverá estreitar valores com outras pessoas, trabalhar com a interdisciplinaridade
e se capacitar para entender essa nova cultura, não somente o professor, mas o
sistema de ensino deve se reinventar. Essas mudanças precisam ser
compreendidas, pois alteram comportamentos, redesenham a economia e movimentam
a cultura.
Hoje qualquer um grava um vídeo ou faz uma
publicação em tempo real, tira fotos, é possível escrever um texto e
compartilhar com milhares de pessoas. As pessoas se modificam umas com as
outras por meio das interações sociais, o pensamento mudou através da convergência
dos meios. Esta, por sua vez, possibilita novas formas de participação e
elaboração. A convergência de meios permite que o consumo das mídias seja
transformado em produção e, por isso, incentiva a participação, formando uma
cultura participativa.
A cultura participativa contrasta com a
passividade. Como disse Gilberto Gil na reconstrução da sua música: "criei
meu website, lancei minha homepage", pois, se "o desejo agora é
navegar, subindo o rio Tejo tenho como achar".
A inteligência coletiva pressupõe que
todos contribuem com a construção do conhecimento. Ela contrasta com a ideia do
paradigma do expert, sendo este último aquele que considera que um sabe e
o outro não. A inteligência coletiva é consolidada pelo coletivo. As redes
sociais, a wikipedia, o Instagram, somente para citar alguns exemplos, são
espaços onde há inteligência coletiva.
Gilberto Gil em 1996 retrata uma era tecnológica mais
tímida, querendo surgir, Gilberto Gil ainda querendo fazer uso delas, sonhando
em usá-las, a música produzida 20 anos depois, mostra que muita coisa mudou e
que ninguém mais consegue viver sem a tecnologia, pois tudo gira em volta dela e
todo mundo fica preso nela. Seja para buscar informações, entretenimento,
interação social ou até mesmo produção econômica. Essa ligação entre pessoas através
das tecnologias acaba criando uma inteligência coletiva que Lévy descreve como inteligência
coletiva e ciberespaço.
No que tange à inteligência coletiva, defende que todos
os indivíduos têm a sua própria inteligência acumulada em suas vivências
pessoais e que deve ser respeitada por isso. Reitera que ela serve como um modo
de interação social, por ser capaz de criar uma espécie de democracia em tempo
real, dadas as suas constantes possibilidades de interação entre os pares. E
com relação ao conceito de ciberespaço salienta que, muito mais que um meio de
comunicação ou mídia, trata-se de um espaço de reunião de uma infinidade de
mídias e interfaces, que podem ser encontradas tanto nas mídias como: jornal,
revista, rádio, cinema, tv, bem como mais diferentes interfaces que permitem a
interação ao mesmo tempo ou não, como os chats, os fóruns de discussão, os
blogs, entre outros.
A partir desses conceitos, o ciberespaço apresenta-se
como o local onde a inteligência coletiva se forma por conta da interação entre
as pessoas que, como sujeitos individuais que são, promovem o intercâmbio de
ideias por meio de comunidades virtuais, cujo objetivo maior está em promover
amplas conexões entre seus participantes. O que resulta disso é a transmissão e
a construção de ideias que acaba por criar um outro conceito: o da cibercultura
– um movimento social e cultural que estabelece uma relação nova com o
conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e possibilidades de se
aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da realidade. E é esse
espaço, onde a interação acontecem, que acaba por promover implicações e
mudanças nos conceitos de arte, na organização de espaços e de territórios, nos
limites entre o individual e o coletivo, enfim. Como resultado disso, temos
questionamentos no mundo real no que tange à formação e à educação do
indivíduo:
Como dar-se-á a educação nesse espaço? O que se
ensina? O que se aprende? Como se avalia? Quem orienta? Quem ensina e quem
aprende?
São questões a serem pensadas em relação a esse
espaço virtual que não pode ser negado nem ignorado porque já faz parte da
realidade.
Lévy, entendendo o ciberespaço com um fato concreto na contemporaneidade, prova que é possível aprender e ensinar a partir dele, ou seja, a interação entre os usuários desse espaço é capaz de fazer com que eles não só adquiram conhecimentos, como também compartilhem-nos. Trata-se de uma ação recíproca. E essa ação faz repensar os moldes atuais de educação que precisa reestruturar-se para dar conta de inserir o aluno e os meios virtuais/tecnológicos em sala de aula como aliados ao aprendizado.
O autor defende que a inteligência coletiva não se limita apenas à exposição do conteúdo e ao retorno disso, através de um forum ou chat, mas num sentido mais amplo ela se representa principalmente a capacidade de reconhecer o outro como um sujeito dotado de inteligência, como um ser que possui um conhecimento potencializado. A partir disso, os mais diferentes saberes buscam-se em complementaridades, e cada indivíduo envolvido nesse processo, não deve discriminar alguém devido a sua condição social, civil, sexual, uma vez que admite seus conhecimentos e saberes individuais como resultado de sua formação. Ao se reconhecerem dessa maneira, a prática da ideia de inteligência coletiva pode levar a uma melhor comunicação entre os indivíduos, bem como a uma maior compreensão do outro enquanto ser inteligente, porque cada um possui o que ele chama de savoir-faire (saber fazer): um conhecimento seu que, compartilhado, traria benefícios às diferentes áreas da vida humana. É uma forma de valorizar o outro e valorizar-se para juntos promoverem o crescimento do todo.
Lévy, entendendo o ciberespaço com um fato concreto na contemporaneidade, prova que é possível aprender e ensinar a partir dele, ou seja, a interação entre os usuários desse espaço é capaz de fazer com que eles não só adquiram conhecimentos, como também compartilhem-nos. Trata-se de uma ação recíproca. E essa ação faz repensar os moldes atuais de educação que precisa reestruturar-se para dar conta de inserir o aluno e os meios virtuais/tecnológicos em sala de aula como aliados ao aprendizado.
O autor defende que a inteligência coletiva não se limita apenas à exposição do conteúdo e ao retorno disso, através de um forum ou chat, mas num sentido mais amplo ela se representa principalmente a capacidade de reconhecer o outro como um sujeito dotado de inteligência, como um ser que possui um conhecimento potencializado. A partir disso, os mais diferentes saberes buscam-se em complementaridades, e cada indivíduo envolvido nesse processo, não deve discriminar alguém devido a sua condição social, civil, sexual, uma vez que admite seus conhecimentos e saberes individuais como resultado de sua formação. Ao se reconhecerem dessa maneira, a prática da ideia de inteligência coletiva pode levar a uma melhor comunicação entre os indivíduos, bem como a uma maior compreensão do outro enquanto ser inteligente, porque cada um possui o que ele chama de savoir-faire (saber fazer): um conhecimento seu que, compartilhado, traria benefícios às diferentes áreas da vida humana. É uma forma de valorizar o outro e valorizar-se para juntos promoverem o crescimento do todo.
A princípio levantou-se um questionamento a respeito
do fato de existirem diferentes línguas e que isso poderia ser prejudicial a
esse processo. Felizmente, com os avanços tecnológicos, empregando ferramentas
capazes de traduzir diferentes idiomas, os usuários do ciberespaço acabaram por
romper com essa dificuldade, tendo cada vez mais acesso aos diferentes mundos
dentro do espaço virtual. Dessa forma, a aprendizagem não seria processada em
um movimento uniforme e retilínio, mas acima de tudo num movimento espiral.
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