domingo, 17 de fevereiro de 2019

CULTURA DIGITAL POR DAIANA SOUZA DOS SANTOS


A cultura é a manifestação das tradições, crenças, conhecimento, arte e costumes de um determinado grupo social. Desta forma, os padrões e o comportamento humanos são transformados, incorporados e adaptados conforme as necessidades de cada geração.
Na sociedade contemporânea, o compartilhamento de experiências ganhou um relevante fator, o ambiente virtual. Este coaduna a tecnologia com a arte, a educação, a sociologia e demais campos dos saberes na disseminação de informação e conhecimento.
Dessa maneira, a interatividade do homem e as ferramentas tecnológicas inovou a produção, a circulação e a recepção dos produtos e bens culturais. Tal fenômeno pode ser denominado de cultura digital, a qual nas palavras de Martín-Barbero (2004) remete as novas formas de comunicação, sensibilidades e escritas na facilidade para se relacionar com as tecnologias audiovisuais e informáticas.
Neste contexto, Gilberto Gil no período em que esteve à frente do Ministério da Cultura definiu cultura digital, in verbis:

(...) Cultura digital é um conceito novo. Parte da idéia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e, portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte.

O cantor ora citado gravou em 1996 a música “Pela Internet”, apologia à diminuição das distâncias facilitada pela internet. Após 21 anos, “Pela Internet 2” ressalta os malefícios do mundo conectado em rede como a propagação das imperfeições humanas, os aplicativos móveis e suas constantes atualizações.
Por conseguinte, o Ensino a Distância (EAD) decorre da revolução no método de aprendizagem pela internet na educação formal. Desse modo, a inteligência coletiva, a cultura participativa e a convergência de meios são importantes instrumentos da cultura digital.
A inteligência coletiva é troca de saberes entre pessoas, segundo Jenkins: “A inteligência coletiva é muito mais que a posse do conhecimento, mas é a construção social, ou o processo social de construção coletivo e de aquisição de conhecimento”.
Corroborando com as diretrizes do doutrinador supramencionado, a cultura participativa é a da participação ativamente dos sujeitos com a sua cultura. E a convergência de meios é o processo que advém da ação humana com a tecnologia, que permite o consumo das mídias seja modificado em produção e, logo, incentiva a participação.
Nesse diapasão, Pierre Lévy defende que a inteligência coletiva é o conhecimento advindo das vivências pessoais e o local do intercâmbio dessas ideias é o ciberespaço. Ambos conceitos resultam a formulação do termo cibercultura, movimento social e cultural que estabelece uma relação nova com o conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e possibilidades de se aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da realidade.
Assim, o comportamento por meio da aprendizagem social implica na mudança dos limites entre o individual e o coletivo, espaços demográficos e o acesso à pesquisa.

Daiana Souza dos Santos



REFERÊNCIAS

(MARTÍN-BARBERO, 2004, p. 287) MARTÍN-BARBERO, J. Ofício de cartógrafo. São Paulo: Edições Loyola, 2004.

 Jenkins (2009) JENKINS, H. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.

Conceito de Cultura Digital. Disponibilizado em:< http://culturadigital.br/conceito-de-cultura-digital/>. Acesso em 17 fev 2019.

Pierre Lévy: a inteligência coletiva e os espaços do saber. Disponibilizado em:< https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/marketing/pierre-levy-a-inteligencia-coletiva-e-os-espacos-do-saber/56040>. Acesso em 17 fev 2019.

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