A cultura é a manifestação das tradições,
crenças, conhecimento, arte e costumes de um determinado grupo social. Desta
forma, os padrões e o comportamento humanos são transformados, incorporados e
adaptados conforme as necessidades de cada geração.
Na sociedade contemporânea, o
compartilhamento de experiências ganhou um relevante fator, o ambiente virtual.
Este coaduna a tecnologia com a arte, a educação, a sociologia e demais campos
dos saberes na disseminação de informação e conhecimento.
Dessa maneira, a interatividade do homem e
as ferramentas tecnológicas inovou a produção, a circulação e a recepção dos
produtos e bens culturais. Tal fenômeno pode ser denominado de cultura digital,
a qual nas palavras de Martín-Barbero (2004) remete as novas formas de
comunicação, sensibilidades e escritas na facilidade para se relacionar com as
tecnologias audiovisuais e informáticas.
Neste contexto, Gilberto Gil no período em
que esteve à frente do Ministério da Cultura definiu cultura digital, in verbis:
(...) Cultura
digital é um conceito novo. Parte da idéia de que a revolução das tecnologias
digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de
tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do
software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à
informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços
culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e,
portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando
inclusive novas formas de arte.
O cantor ora citado gravou em 1996 a
música “Pela Internet”, apologia à diminuição das distâncias facilitada pela
internet. Após 21 anos, “Pela Internet 2” ressalta os malefícios do mundo
conectado em rede como a propagação das imperfeições humanas, os aplicativos
móveis e suas constantes atualizações.
Por conseguinte, o Ensino a Distância
(EAD) decorre da revolução no método de aprendizagem pela internet na educação
formal. Desse modo, a inteligência coletiva, a cultura participativa e a convergência
de meios são importantes instrumentos da cultura digital.
A inteligência coletiva é troca de saberes
entre pessoas, segundo Jenkins: “A inteligência coletiva é muito mais que a
posse do conhecimento, mas é a construção social, ou o processo social de
construção coletivo e de aquisição de conhecimento”.
Corroborando com as diretrizes do
doutrinador supramencionado, a cultura participativa é a da participação ativamente
dos sujeitos com a sua cultura. E a convergência de meios é o processo que
advém da ação humana com a tecnologia, que permite o consumo das mídias seja
modificado em produção e, logo, incentiva a participação.
Nesse diapasão, Pierre Lévy defende que a inteligência
coletiva é o conhecimento advindo das vivências pessoais e o local do
intercâmbio dessas ideias é o ciberespaço. Ambos conceitos resultam a formulação
do termo cibercultura, movimento social e cultural que estabelece uma relação
nova com o conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e
possibilidades de se aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da
realidade.
Assim, o comportamento por meio da
aprendizagem social implica na mudança dos limites entre o individual e o
coletivo, espaços demográficos e o acesso à pesquisa.
Daiana
Souza dos Santos
REFERÊNCIAS
(MARTÍN-BARBERO,
2004, p. 287) MARTÍN-BARBERO, J. Ofício
de cartógrafo. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
Jenkins (2009) JENKINS, H. Cultura da convergência. 2. ed. São
Paulo: Aleph, 2009.
Conceito de
Cultura Digital.
Disponibilizado em:<
http://culturadigital.br/conceito-de-cultura-digital/>. Acesso em 17 fev
2019.
Pierre Lévy: a
inteligência coletiva e os espaços do saber. Disponibilizado em:<
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/marketing/pierre-levy-a-inteligencia-coletiva-e-os-espacos-do-saber/56040>.
Acesso em 17 fev 2019.
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