A
cultura pode ser entendida como conhecimento, a arte, as crenças, as regras, as
tradições e todos os costumes e competências adquiridos pelo ser humano, diante
disso, pode-se determinar que cultura digital inclui todas as questões
construídas e experiências compartilhadas no ambiente digital.
Dentro da
cultura digital pode-se destacar 3 aspectos basilares:
a) Inteligência
coletiva - constituída pela forma de pensar e compartilhar os conhecimentos
por meio de recursos digitais, como exemplo disso temos a internet onde as inteligências
individuais são somadas e compartilhadas pelo coletivo.
b)
Cultura participativa - Com o auxílio da internet, deixamos de ser meros
receptores passivos, e passamos a produzir conhecimentos, disseminando
informação e ideias, utilizando-se de ações coletivas para gerar soluções de
problemas, ou seja, na internet a voz passa a ter importância, ser interativa e
influente.
c) Convergência de meios - Pode-se destacar duas prismas, a primeira da ênfase ao lado
tecnológico e pode ser ilustrado pelos aparelhos eletrônicos que, além de sua
funcionalidade básica, desempenham várias outras funções. Como exemplo disso
temos o smartphone, sua finalidade é telefonar porém outras aplicações como
rádio, televisão, videogame, mensagem de texto também estão presentes. Já
a segunda forma compreende tanto as novas relações das indústrias de mídia
quanto o seu vínculo com os consumidores. São formas
diferentes de cativar o cliente abordando todos os meios disponíveis.
Como contraponto às mudanças digitais aparecem as músicas, versões
1996 e 2018, “Pela internet” de Gilberto Gil. Na primeira versão temos uma
perspectiva mais globalista, onde a internet era caracterizada simplesmente
pela conectividade. Na segunda versão aparece uma crítica que aponta o estímulo
ao narcisismo individualista que se desdobra em política de ódio. A versão
também deixa clara a horizontalização da internet no mundo todo.
O grande guru desta narrativa, Pierre
Lévy, buscou
analisar qual era a função dos computadores no processo de comunicação e sua influência
na evolução cultural. Relacionando ao seu trabalho, pode-se dizer que o ciberespaço
apresenta-se como o lugar onde a inteligência coletiva se forma por conta da
interação humana, e essa por sua vez, promove o intercâmbio de ideias por meio
de relações virtuais, cujo objetivo maior está em promover amplas conexões
entre seus participantes. O resultado é a transmissão e a construção de ideias
que acaba por criar um outro conceito: o da cibercultura – um movimento social
e cultural que estabelece uma relação nova com o conhecimento e o saber, ou
seja, apresenta novas formas e possibilidades de se aprender e ensinar, retirando-as
dos campos comuns da realidade. E é esse espaço, onde a interação acontece, que
acaba por promover implicações e mudanças nos conceitos de arte, na organização
de espaços e de territórios, nos limites entre o individual e o coletivo,
enfim. Como resultado disso, temos questionamentos no mundo real no que tange à
formação e à educação do indivíduo: Como dar-se-á a educação nesse espaço? O
que se ensina? O que se aprende? Como se avalia? Quem orienta? Quem ensina e
quem aprende? São questões a serem pensadas em relação a esse espaço virtual
que não pode ser negado nem ignorado porque já faz parte da realidade.
Kettelin Gerlach
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