Significado de cultura digital: Segundo o ex-secretário executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy (In:
SAVAZONI; COHN, 2009, p. 36), em entrevista, “ele entendia a cultura digital não como
uma tecnologia, mas como um sistema de valores, de símbolos, de práticas e de atitudes”. E
ele vai além quando afirma: "Eu entendo o homem não apenas como um animal econômico, mas também como
um animal político e simbólico, que é um ponto de partida que o digital aborda.
Então eu vejo a cultura digital como uma tecnologia sem dúvida nenhuma, uma
etapa da tecnologia, mas fundamentalmente um sistema de práticas e valores que
está em disputa permanente na vida contemporânea".
Explicando o que é inteligência coletiva: O SABER CIENTÍFICO SEMPRE FOI COLETIVO...
Sim. É uma noção muito clara e que vigora há muito tempo que a ciência
é um conhecimento coletivamente construído. Essa noção de que o que está
sendo feito agora só foi permitido porque centenas, milhares de outras pessoas ajuntaram pequenas peças de determinado quebra-cabeça. E a cultura
digital traz isso de novo para o âmbito da cultura e da comunicação. A Wikipédia
é isso. Existem estudos que mostram que há uma correlação muito forte entre
a qualidade do verbete e o número de pessoas envolvidas na sua edição.
Então, enfim, estudos que se você adotar, por exemplo, um critério como,
enfim, artigos que foram eleitos por aquela comunidade que tem aquela
meritocracia que a gente discutiu mais cedo, em função da participação de
cada usuário eles ganham mais poder de voto nas questões internas. Quanto
menos autoral e mais coletivo, melhor costuma ser o artigo. Existe um ditado
popular que diz “muitos cozinheiros estragam o guisado”. Na internet é o
contrário: muitos cozinheiros melhoram a qualidade do guisado.
Explicando o que é cultura participativa: Yochai Benkler, que refletiu
criativamente sobre a possibilidade de uma teoria política da rede, enxerga
na emergência das redes sociais e da produção dos pares uma alternativa a
ambos os sistemas proprietários fundamentados nas lógicas do estado ou do
mercado. Este novo “sistema operacional” da cultura seria capaz de fomentar
ao mesmo tempo criatividade, produtividade e liberdade, satisfazendo igualmente às demandas tanto de indivíduos quanto de coletividades. Benkler
fala de uma ‘cultura participativa’. Com a chegada de ferramentas de colaboração ubíquas, instantâneas e
baratas, torna-se possível promover espaços de debate e construção coletiva
onde modelos de coordenação pública descentralizada podem criar soluções inovadoras para as questões apresentadas pelo século XXI. Tal
implementação tecnológica no ambiente das redes digitais, aliada ao conceito de ‘cultura participativa’ de Benkler, cria a possibilidade de se aproximar
perspectivas que antes pareciam excludentes, convidando à conversa aberta
grupos de interesse que se especializaram em confrontos e trincheiras.
Explicando o que é convergência de meios: é uma tendência mundial onde diversas mídias, compatíveis entre si podem
ser acessadas de diversos dispositivos tecnológicos, assim como o próprio espaço virtual tem-se
"mesclado" ao espaço convencional. Por exemplo, quando você vê um filme, antes mesmo de vê-lo
no cinema, você já recebe muita informação sobre ele, desde mensagens na televisão, rádio, sites,
até em celulares.
Pela Internet - Gilberto Gil (1996): O cantor Gilberto Gil, em 1996, lançou a música "Pela Internet", no qual falava sobre os impactos e suas perspectivas em relação ao uso da internet à época. Na música, Gil elogiava a internet a como facilitaria a vida das pessoas. Porém, mais de 20 anos após o lançamento da música, Gil lançou "Pela Internet 2" e, desta vez, ao invés de exaltar a internet, passou a criticá-la. Desta forma, percebe-se que a internet não trouxe apenas benefícios para os homens, mas também malefícios. Dentre eles, como mencionado na própria música, muito se pensa em utilizar a internet para "ficar famoso" e "ganhar likes", e, como diz a famosa frase, "a internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto".
Cibercultura ou inteligência coletiva: "Uma
coisa é certa: vivemos hoje em uma dessas épocas limítrofes na
qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila
para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de
regulação social ainda pouco estabilizados. Vivemos um destes raros
momentos, em que, a partir de uma nova configuração técnica, quer
dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo de
humanidade é inventado" (Levy, 1995). Fazendo uma junção com a canção de Gilberto Gil, estamos cada vez mais na era digital, no qual nosso dia-a-dia está sempre sendo reinventado. Um exemplo disso, é o ensino a distância, onde o aluno não necessita se deslocar para ter contato com professores e colegas.
Referências:
ESTACIORIBEIRAO.COM.BR. Cultura digital ou cibercultura: definições e elementos constituintes da cultura digital, a relação com aspectos históricos e educacionais. Disponível em: <http://estacioribeirao.com.br/revistacientifica/arquivos/jul-2.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2019.
MEC. Cultura digital: Cadernos pedagógicos. Brasília: [s.n.], 2009. 56 p.
SAVAZONI, Rodrigo; COHN, Sergio; Cultura digital.br: 1. Comunicações digitais. 2. Comunicação e cultura. 3. Sociedade da informação.. 1 ed. Rio de Janeiro: Azougue editorial, 2009. 315 p.
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