O conceito de cultura digital embora ainda esteja
em transformação, ele se aproxima da ideia de sociedade da informação,
revolução digital. Cultura digital é a produção baseada nas novas mídias; se
entendermos que cultura é o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, os
costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, podemos
entender que cultura digital inclui todas essas questões construídas e
experiências compartilhadas no ambiente digital. A cultura digital
representa uma mudança de era, “com processos que se auto organizam,
emergentes, horizontais, formados como descontinuidades articuladas, podem ser
assumidos pelas comunidades locais, em seu caminho de virtualização, para
ampliar sua fala, seus costumes e seus interesses”. Como por exemplo, podemos
pensar em todas as mobilizações de financiamento coletivo. Pessoas comuns se
mobilizando no ambiente digital para contribuir financeiramente em prol de um
projeto de um desconhecido. Todas as novas formas de se comunicar e relacionar
por meio das novas tecnologias que estão em constante mudança e fazem parte do
mundo contemporâneo são possibilidades de construção da cultura digital. Então
nunca podemos menosprezar o valor da nossa produção! Seja um texto em um blog,
um post no Instagram ou um vídeo no YouTube, todas as formas de
compartilhamento de experiências, troca de afetos e divulgação de ideais e
informações fazem parte do processo de construção da cultura e influenciam a
formação da nossa sociedade.
Digital vai além da antiga TI, de plataformas,
clouds e apps. Significa um novo estado de pensar, ser e agir no ambiente de
trabalho. A complexidade atual, a volatilidade, a ambiguidade e a incerteza
passaram a ser o dia a dia de todos nós em diferentes ambientes corporativos.
Ser digital é explorar novas fronteiras, quebrar paradigmas, encarar desafios,
errar para aprender e olhar o mundo e os negócios por um novo ângulo.
Como o nome diz, o conceito se trata da cultura
nascida pela era digital, originária do ciberespaço e da linguagem da internet
que busca integrar a realidade com o mundo virtual. O tema ganhou grande ênfase
com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), devido às mudanças
advindas do avanço tecnológico e do crescente acesso a elas pela facilidade de
dispositivos como computadores, telefones celulares, tablets e outros.
Mobilizar práticas de cultura digital em diferentes linguagens, gêneros, mídias
e ferramentas digitais é importante para expandir e produzir sentidos no
processo de compreensão e produção dos alunos. Ao refletir sobre o mundo e realizar
diferentes projetos autorais, o aluno participa ativamente da construção do
conhecimento.
Inteligência
coletiva: é toda forma de pensar e compartilhar seus conhecimentos por meio de
recursos mecânicos como a internet. A inteligência coletiva é a somatória das
inteligências individuais, que compartilhadas por toda a sociedade.
Desenvolvido por Pierre Lévy, o conceito de inteligência coletiva possibilita o
partilhamento da memória, da percepção e da imaginação, resultando na
aprendizagem coletiva. A inteligência coletiva, portanto, é
um princípio em que as inteligências individuais são somadas e compartilhadas
por um grupo de pessoas ou pela sociedade como um todo. Trata-se de um conceito
que foi potencializado e ganhou muita força a partir do desenvolvimento de
novas tecnologias de comunicação.
Cultura Participativa: segundo o estudioso dos meios de comunicação mais
importante e influente da atualidade, o norte-americano Henry Jenkins o
conceito de Cultura Participativa, “é uma rede de participação estre os
usuários na web, onde ajudavam uns aos outros em algum assunto, quebrando
barreiras entre produtor em consumidor, sendo que o público encara a “Internet
como um veículo para ações coletivas, para soluções de problemas, deliberação
pública e criatividade alternativa”.
É uma
expressão designada para representar a forma como a sociedade contemporânea desde
o surgimento e adesão popular da Internet
tem se distanciado cada vez mais da condição de receptora passiva. Produzir
conhecimento e disseminar informações e ideias tornou-se uma realidade
recorrente. A cultura participativa propiciada pelo caráter interativo da
Internet é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de
comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de
informação se alterem.
Convergência
de meios: convergência de meios não é passar o conteúdo de uma plataforma à
outra, mas sim compreender as possibilidades de cada plataforma e adaptar o
conteúdo a elas. Para isso, é preciso estar cada vez mais ciente e especialista
em cada meio, conhecendo bem seu público e como ele se relaciona não apenas com
sua marca, mas entre si. Apesar de ser um universo, a marca também é percebida
como uma pessoa. Humanizar a marca é a resposta. Isso não quer dizer tentar
parecer uma pessoa, mas apenas agir sem prepotência. Pode parecer
contraditório, mas quando se tenta parecer algo, alguns até podem acreditar,
mas nunca de fato se consegue. O segredo, assim, é a transparência. Desta
forma, quando agir em contato com seu público, a marca será reconhecida e,
muito provavelmente será celebrada.
Vale salientar que convergência de meios é uma
forma de fazer a otimização dos processos e com isso ganhar qualidade de
informação, pois é a fusão de várias tecnologias distintas com como sistemas de
áudio, TV, computador, rede de computadores, a telefonia, entre outros, que
torna a convergência uma tendência forte e cada vez mais utilizada neste mundo
globalizado.
Música: Pela Internet
De Gilberto
Gil
A
ideia parecia ser simples, criar uma música e lançá-la através da internet, de
forma que ela fosse a primeira música transmitida em tempo real pela internet
no Brasil no ano de 1996, onde não se tinha wifi, onde a complexidade era
enorme, tudo era novidade e o entusiasmo era incontrolável. Os equipamentos
eram gigantescos, entrada de grandes caixas musicais e a própria inexperiência
da equipe fazia tudo parecer ainda mais complexo e difícil.
O
projeto foi um sucesso! A música foi lançada e transmitida ao vivo pela
internet naquele mesmo dia, diante de uma plateia exclusiva, extasiada, numa
sala apertada, repleto de equipamentos, cabos, técnicos, botões… com a banda
completa de Gilberto Gil, com seus equipamentos musicais em tom frenético. Até
aquele dia, transmissão ao vivo era somente por rádio e TV. Antigamente, devido
ao custo alto, os estúdios para gravar se caracterizavam
privilégio de gravadoras grandes que tinham domínio do mercado
fonográfico.
Atualmente
com toda tecnologia que temos disponível, conseguimos montar facilmente um
estúdio funcional em nossas casas com investimento de modo relativo baixo custo
e pouco espaço físico, apenas com um computador e alguns poucos instrumentos
musicais. O alcance de fibra ótica de internet e computadores puderam se
transformar em instrumentos maravilhosos a gravar e processar áudio. Com
oportunidade de fazer várias tarefas, sendo resultados mais que satisfatórios, os
avanços em manipular áudio digital, junto com redução contínua de custos, foram
de importância a tornar popular a utilização de computador para se produzir
música.
Hoje estamos conectados o
tempo todo, para entrar na rede basta termos um smartphone, um tablet, a
comunicação é simultânea, as notícias são em tempo real. As crianças com menos
de três anos já sabem manusear celulares e tablets, pois a diversidade de jogos
e aplicativos educativos disponíveis a esta faixa etária só tende a crescer nos
próximos anos.
Pierre Lévy traz uma discussão acerca do que a
cibercultura representa hoje para a sociedade. Não consiste exatamente em
defendê-la como um bem inegável, mas propõe exatamente enxergar nela as
potencialidades mais positivas, seja nos planos econômico, político, cultural e
humano.
Lévy coloca que a cibercultura é um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de jovens pelo mundo. Assim, ele lembra que aqueles que denunciam a cibercultura têm certa aparência com os que denunciavam o rock e o cinema há algumas décadas. Sendo que estes por inúmeras vezes foram porta-vozes dos sonhos e aspirações da juventude na época. Não necessariamente acabando com a fome a miséria, mas permitindo que muitos se divertissem ao ouvir ou tocar suas músicas. A proposta de Lévy é, então, não se posicionar a favor ou contra, mas permanecer abertos a novidades e as mudanças.
Lévy coloca que a cibercultura é um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de jovens pelo mundo. Assim, ele lembra que aqueles que denunciam a cibercultura têm certa aparência com os que denunciavam o rock e o cinema há algumas décadas. Sendo que estes por inúmeras vezes foram porta-vozes dos sonhos e aspirações da juventude na época. Não necessariamente acabando com a fome a miséria, mas permitindo que muitos se divertissem ao ouvir ou tocar suas músicas. A proposta de Lévy é, então, não se posicionar a favor ou contra, mas permanecer abertos a novidades e as mudanças.
Inteligência coletiva está distribuída por toda
parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma
mobilização efetiva das competências.
É um conceito de um tipo de inteligência
compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas
diversidades. É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual todo o saber
está na humanidade, já que ninguém sabe tudo, porém todos sabem alguma coisa,
ou seja, a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o
enriquecimento mútuo das pessoas.
Cultura Digital por Glaucia Angela Trentin. 17/02/2019.
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