domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Glaucia Angela Trentin


O conceito de cultura digital embora ainda esteja em transformação, ele se aproxima da ideia de sociedade da informação, revolução digital. Cultura digital é a produção baseada nas novas mídias; se entendermos que cultura é o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, podemos entender que cultura digital inclui todas essas questões construídas e experiências compartilhadas no ambiente digital. A cultura digital representa uma mudança de era, “com processos que se auto organizam, emergentes, horizontais, formados como descontinuidades articuladas, podem ser assumidos pelas comunidades locais, em seu caminho de virtualização, para ampliar sua fala, seus costumes e seus interesses”. Como por exemplo, podemos pensar em todas as mobilizações de financiamento coletivo. Pessoas comuns se mobilizando no ambiente digital para contribuir financeiramente em prol de um projeto de um desconhecido. Todas as novas formas de se comunicar e relacionar por meio das novas tecnologias que estão em constante mudança e fazem parte do mundo contemporâneo são possibilidades de construção da cultura digital. Então nunca podemos menosprezar o valor da nossa produção! Seja um texto em um blog, um post no Instagram ou um vídeo no YouTube, todas as formas de compartilhamento de experiências, troca de afetos e divulgação de ideais e informações fazem parte do processo de construção da cultura e influenciam a formação da nossa sociedade.
Digital vai além da antiga TI, de plataformas, clouds e apps. Significa um novo estado de pensar, ser e agir no ambiente de trabalho. A complexidade atual, a volatilidade, a ambiguidade e a incerteza passaram a ser o dia a dia de todos nós em diferentes ambientes corporativos. Ser digital é explorar novas fronteiras, quebrar paradigmas, encarar desafios, errar para aprender e olhar o mundo e os negócios por um novo ângulo. 
Como o nome diz, o conceito se trata da cultura nascida pela era digital, originária do ciberespaço e da linguagem da internet que busca integrar a realidade com o mundo virtual. O tema ganhou grande ênfase com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), devido às mudanças advindas do avanço tecnológico e do crescente acesso a elas pela facilidade de dispositivos como computadores, telefones celulares, tablets e outros. Mobilizar práticas de cultura digital em diferentes linguagens, gêneros, mídias e ferramentas digitais é importante para expandir e produzir sentidos no processo de compreensão e produção dos alunos. Ao refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais, o aluno participa ativamente da construção do conhecimento.

Inteligência coletiva: é toda forma de pensar e compartilhar seus conhecimentos por meio de recursos mecânicos como a internet. A inteligência coletiva é a somatória das inteligências individuais, que compartilhadas por toda a sociedade. Desenvolvido por Pierre Lévy, o conceito de inteligência coletiva possibilita o partilhamento da memória, da percepção e da imaginação, resultando na aprendizagem coletiva. A inteligência coletiva, portanto, é um princípio em que as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por um grupo de pessoas ou pela sociedade como um todo. Trata-se de um conceito que foi potencializado e ganhou muita força a partir do desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação.

Cultura Participativa: segundo o estudioso dos meios de comunicação mais importante e influente da atualidade, o norte-americano Henry Jenkins o conceito de Cultura Participativa, “é uma rede de participação estre os usuários na web, onde ajudavam uns aos outros em algum assunto, quebrando barreiras entre produtor em consumidor, sendo que o público encara a “Internet como um veículo para ações coletivas, para soluções de problemas, deliberação pública e criatividade alternativa”.
É uma expressão designada para representar a forma como a sociedade contemporânea desde o surgimento e adesão popular da Internet tem se distanciado cada vez mais da condição de receptora passiva. Produzir conhecimento e disseminar informações e ideias tornou-se uma realidade recorrente. A cultura participativa propiciada pelo caráter interativo da Internet é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de informação se alterem.
Convergência de meios: convergência de meios não é passar o conteúdo de uma plataforma à outra, mas sim compreender as possibilidades de cada plataforma e adaptar o conteúdo a elas. Para isso, é preciso estar cada vez mais ciente e especialista em cada meio, conhecendo bem seu público e como ele se relaciona não apenas com sua marca, mas entre si. Apesar de ser um universo, a marca também é percebida como uma pessoa. Humanizar a marca é a resposta. Isso não quer dizer tentar parecer uma pessoa, mas apenas agir sem prepotência. Pode parecer contraditório, mas quando se tenta parecer algo, alguns até podem acreditar, mas nunca de fato se consegue. O segredo, assim, é a transparência. Desta forma, quando agir em contato com seu público, a marca será reconhecida e, muito provavelmente será celebrada.
Vale salientar que convergência de meios é uma forma de fazer a otimização dos processos e com isso ganhar qualidade de informação, pois é a fusão de várias tecnologias distintas com como sistemas de áudio, TV, computador, rede de computadores, a telefonia, entre outros, que torna a convergência uma tendência forte e cada vez mais utilizada neste mundo globalizado.

Música: Pela Internet

       A ideia parecia ser simples, criar uma música e lançá-la através da internet, de forma que ela fosse a primeira música transmitida em tempo real pela internet no Brasil no ano de 1996, onde não se tinha wifi, onde a complexidade era enorme, tudo era novidade e o entusiasmo era incontrolável. Os equipamentos eram gigantescos, entrada de grandes caixas musicais e a própria inexperiência da equipe fazia tudo parecer ainda mais complexo e difícil.
O projeto foi um sucesso! A música foi lançada e transmitida ao vivo pela internet naquele mesmo dia, diante de uma plateia exclusiva, extasiada, numa sala apertada, repleto de equipamentos, cabos, técnicos, botões… com a banda completa de Gilberto Gil, com seus equipamentos musicais em tom frenético. Até aquele dia, transmissão ao vivo era somente por rádio e TV. Antigamente, devido ao custo alto, os estúdios para gravar se caracterizavam privilégio de gravadoras grandes que tinham domínio do mercado fonográfico.
Atualmente com toda tecnologia que temos disponível, conseguimos montar facilmente um estúdio funcional em nossas casas com investimento de modo relativo baixo custo e pouco espaço físico, apenas com um computador e alguns poucos instrumentos musicais. O alcance de fibra ótica de internet e computadores puderam se transformar em instrumentos maravilhosos a gravar e processar áudio. Com oportunidade de fazer várias tarefas, sendo resultados mais que satisfatórios, os avanços em manipular áudio digital, junto com redução contínua de custos, foram de importância a tornar popular a utilização de computador para se produzir música. 

Hoje estamos conectados o tempo todo, para entrar na rede basta termos um smartphone, um tablet, a comunicação é simultânea, as notícias são em tempo real. As crianças com menos de três anos já sabem manusear celulares e tablets, pois a diversidade de jogos e aplicativos educativos disponíveis a esta faixa etária só tende a crescer nos próximos anos.

Pierre Lévy traz uma discussão acerca do que a cibercultura representa hoje para a sociedade. Não consiste exatamente em defendê-la como um bem inegável, mas propõe exatamente enxergar nela as potencialidades mais positivas, seja nos planos econômico, político, cultural e humano.
Lévy coloca que a cibercultura é um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de jovens pelo mundo. Assim, ele lembra que aqueles que denunciam a cibercultura têm certa aparência com os que denunciavam o rock e o cinema há algumas décadas. Sendo que estes por inúmeras vezes foram porta-vozes dos sonhos e aspirações da juventude na época. Não necessariamente acabando com a fome a miséria, mas permitindo que muitos se divertissem ao ouvir ou tocar suas músicas. A proposta de Lévy é, então, não se posicionar a favor ou contra, mas permanecer abertos a novidades e as mudanças.
Inteligência coletiva está distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências.
É um conceito de um tipo de inteligência compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades. É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual todo o saber está na humanidade, já que ninguém sabe tudo, porém todos sabem alguma coisa, ou seja, a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas.

Cultura Digital por Glaucia Angela Trentin. 17/02/2019.

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