sábado, 9 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Geisibel Kappes Brescansin


O mundo passou por muitas mudanças tecnológicas nos últimos anos, e em decorrência dessas mudanças muitas coisas também mudaram na vida do ser humano. A tecnologia hoje está presente em todos os processos da nossa vida.
Estamos cada vez mais estamos conectados. A cultura digital está em nosso meio, em todos os lugares, com todas as pessoas, nos proporcionado muitas possibilidades de comunicação com todos em qualquer parte do mundo, nos tornando acessíveis a tudo e todos. Hoje em dia é uma necessidade ou habito da sociedade estar presente no ambiente virtual, estar conectado o tempo todo e acessar a internet diversas vezes ao dia.
Cultura digital refere-se a esse processo de transformação sociocultural que estamos vivenciando nos últimos anos, conectados com o mundo digital, em todos os aspectos da nossa vida, seja profissional ou pessoal, buscando entretenimento, informações ou comunicação, fazendo assim parte da vida de todos nós.
A informação está muito mais fácil e rápida. Isso favorece o aprendizado. Sabe- se que cada indivíduo possui sua inteligência e aprende de uma forma diferente. Não somos iguais. A inteligência coletiva é o compartilhamento que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades, onde cada indivíduo colabora com seus conhecimentos e assim enriquece o saber. Todos contribuem para a construção do conhecimento, pois todos temos o que aprender e o que ensinar.
De acordo com Levy, a inteligência coletiva está em toda a humanidade e todos os indivíduos podem contribuir e oferecer conhecimento. Desta forma a inteligência coletiva deve ser valorizada, o saber do indivíduo deve ser considerado valioso e importante.
Para Pierre Lévy o termo Inteligência Coletiva, pode ser definido por: “uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências” . Seu objetivo é a troca de conhecimento e enriquecimento entre as pessoas.
A informação está cada vez mais na palma da mão, as pessoas têm acesso a ela com mais facilidade e de forma rápida. Percebemos cada vez mais que as pessoas deixaram de ser meros ouvintes e passam a emitir sua opinião sobre todos os assuntos. É o que chamamos de cultura participativa.
Outro ponto importante que facilitou muito a vida de todos foi a Convergência dos meios que é unir os diversos meios tecnológicos para se alcançar um objetivo. Um exemplo é a digitalização de documentos, onde o papel físico se torna digital. É a transferência do conteúdo de um meio para outros além de adaptar a mensagem para cada público.
Para Pierre Levy, a cibercultura é um movimento social, esse movimento é sustentado principalmente por três pilares: a interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
 “O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17).”

Neste contexto torna-se interessante analisarmos as duas canções de Gilberto Gil, uma escrita em 1996 e a outra 20 anos mais tarde.
A primeira canção, “Pela internet”, criada em 1996 fala sobre o impacto e as facilidades da internet. Menciona websites, vírus e outros termos que seriam cada vez mais usados a partir da década de 90. Fala que as distâncias estão ficando menores com a internet.
Vinte anos após a publicação dessa música, Gilberto Gil lança uma nova música, “pela Internet 2”. A canção fala sobre redes sociais, aplicativos e a forma como estamos mergulhados em uma imensidão de informações. Gil faz uma crítica a dependência que temos hoje da tecnologia. Todos estão conectados em redes sociais e sites. As memorias dos comutadores e Smartfones estão cada vez maior, não acabam mais, sem falar que tudo fica na nuvem. É cada dia uma nova invenção. 
Percebe-se grandes mudanças nas últimas décadas, estamos cada vez mais conectados. Em muitos casos isso facilita muito nossa vida, aproxima quem está longe, agiliza e diminui tempo e custos. Mas temos que ficar alerta, para não nos tornarmos escravos da tecnologia.

Referências:
BEMBEM, Ângela Halen Claro; COSTA, Plácida L. V. A. Inteligência coletiva: um olhar sobre a produção de Pierre Lévy. São Paulo. v.18, n.4, p.139-151, out./dez. 2013
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LÈVY, Pierre. Inteligência coletiva: para uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 2007.
TEIXEIRA, Gabriela. O universo da Cibercultura e das convergências de mídias.2017.
Geisibel Kappes Brescansin - Polo São Miguel do Oeste

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