domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cultura digital por Franciely Willeman Orben


Criar um significado único para cultura digital não é uma tarefa fácil. Não existe um conceito único e definido, pois a cultura digital é recriada todos dias. É a cultura do nosso tempo, onde nossas relações são permeadas pelo uso de várias tecnologias e pela rede ao mesmo tempo. Durante o dia todo fazemos usos de diversas tecnologias, nos informamos, nos divertimos, conversamos, criamos e recebemos informação pelos meios digitais. Na cultura digital, não somos mais seremos passivos, queremos expor nossas experiências e além disso já temos a necessidade de estar presente em ambientes virtuais e criarmos relações que talvez não fossem possíveis em uso das tecnologias.
Já passamos do tempo em que éramos meros expectadores e agora podemos, não somente ver, mas produzir,criar e compartilhar nossas histórias. O cidadão comum tem acesso as mídias e podem alterar, modificar e criar suas próprias experiências como quiserem. Assim nasce a inteligência coletiva, onde não temos mais um ser expert em tal assunto, mas temos a participação do coletivo na construção,interação e divulgação de novos conhecimentos. Isso fica automático no dia a dia, quando usamos o Instagram para ensinar uma receita de bolo ou no youtube quando assisto uma aula sobre fotografia. Com a possibilidade dessa interação rápida e on-line o conhecimento passa a ser mais complexo, é um conhecimento coletivo e não apenas repassado e individual.
Com o uso de várias mídias, é possível divulgar o mesmo conteúdo de várias formas, e fazer com que isso chegue de várias possibilidades diferentes a outras pessoas, e essas possam interagir, recriar  e criar várias outros conteúdos a partir do conteúdo original.
Então, a convergência dos meios não é somente a possibilidade de ter várias mídias pra difundir um conteúdo, mas como cada uma dessas mídias é recebida de uma forma diferente dependendo da plataforma em que divulgada ou acessada.
Assim também desenvolvemos a cultura participativa, onde através de várias mídias deixamos de ser passivos  e ajudamos na construção da inteligência coletiva. Na cultura participativa, podemos ter diferentes grupos, pessoas e minorias contando a sua história e na sua versão.

Temos duas músicas do Gilberto Gil, uma de 1996 e depois em 2017, na primeira versão ele parece somente descrever as inovações tecnológicas daquele momento, mas sem participar ativamente. Na segunda versão, ele deixa de ser sujeito passivo, mas passa a interagir na construção de uma inteligência coletiva. Na primeira versão ele usa as palavras quero, criar e fazer, na segunda versão, já feito que tinha que fazer, parece perdido com tanta inovação e novas informações.

O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17).



 

https://www.cafecomsociologia.com/pierre-levy-conceitos-chave-cibercultura/
http://www4.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/resenhas/2010/edicao_3/3-cibercultura-pierre_levy.pdf 

Franciely Willeman Orben


















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