Cultura Digital é o conjunto de todas as manifestações humanas produzidas, exibidas
ou transformadas por meio digital.
Conforme Santana e Silveira, 2011,
“Reunindo ciência e cultura, antes separadas pela dinâmica das sociedades
industriais, centrada na digitalização crescente de toda a produção simbólica
da humanidade, forjada na elação ambivalente entre o espaço e o ciberespaço, na
alta velocidade das redes informacionais, no ideal de interatividade e de
liberdade recombinante, nas práticas de simulação, na obra inacabada e em
inteligências coletivas, a cultura digital é uma realidade de uma mudança de
era. Como toda mudança, seu sentido está em disputa, sua aparência caótica não
pode esconder seu sistema, mas seus processos, cada vez mais auto organizados e
emergentes, horizontais, formados como descontinuidades articuladas, podem ser
assumidos pelas comunidades locais, em seu caminho de virtualização, para ampliar
sua fala, seus costumes e seus interesses. A cultura digital é a cultura da
contemporaneidade”. (SANTANA e SILVEIRA,
2011)
Todas
as novas formas contemporâneas de se comunicar e relacionar por meio das tecnologias
digitais que estão em constante mudança e fazem parte do mundo atual são possibilidades
de construção da cultura digital.
Andando
em conjunto a inteligência coletiva é toda forma de pensar e compartilhar seus
conhecimentos por meio de recursos mecânicos como a internet, abrangendo a
cultura digital como forma de comunidade conectada.
A cultura
participativa é uma expressão designada para representar a forma como a
sociedade contemporânea desde o surgimento e adesão popular da internet tem se
distanciado cada vez mais da condição de receptora passiva, sendo conivente e
seus adeptos lavam as mãos diante de tudo que afeta a rotina ou lhes fira algum
interesse pessoal.
Estamos
a cada passo ficando mais dependentes das redes de internet, não sobrando meios
de viver que não esteja refém da Convergência Midiática, que designa uma tendência que os meios de comunicação estão aderindo para poder se adaptar a
internet, consiste em usar este suporte como canal para distribuição de seu
produto.
Como exemplo da enorme aderência da civilização a internet,
temos a canção de Gilberto Gil, pela internet que foi lançada originalmente em
1996, que é uma apologia à internet, que na
época conquistava cada vez pessoas e lugares pelo Brasil. A letra exalta o
encurtamento das distâncias e o espaço democrático e horizontal que a rede
promove.
Em 2006 o músico Gilberto Gil, decidiu criar uma nova
versão da música, onde resta demonstrada a importância que o digital assumiu
para a sociedade, tal como os aplicativos móveis e suas constantes atualizações.
Em coletiva realizada logo após o término do evento, Gil apontou detalhes sobre
a letra nova: “Nessa nova
letra, a dose apologética diminuiu e a crítica aumentou. É natural que assim
seja, porque a internet virou um pandemônio, um estímulo a esse narcisismo
individualista que se desdobra em política de ódio”.
Ao comparar as letras podemos perceber a
clareza de que o mundo on-line está cada vez expondo mais as imperfeições
humanas que multiplicam com o tanto de possibilidades, de contato, de acesso e
de informação rápida, descartável e as vezes falsas.
Para o
escritor Pierre Levy a inteligência coletiva,
defende que todos os indivíduos têm a sua própria inteligência acumulada em
suas vivências pessoais e que deve ser respeitada por isso. Reitera que ela
serve como um modo de interação social, por ser capaz de criar uma espécie de
democracia em tempo real, dadas as suas constantes possibilidades de interação
entre os pares. E com relação ao conceito de ciberespaço salienta que, muito
mais que um meio de comunicação ou mídia, trata-se de um espaço de reunião de
uma infinidade de mídias e interfaces, que podem ser encontradas tanto nas
mídias como: jornal, revista, rádio, cinema, tv, bem como mais diferentes
interfaces que permitem a interação ao mesmo tempo ou não, como os chats, os
fóruns de discussão, os blogs, entre outros.
A partir desses conceitos, o ciberespaço apresenta-se como o
local onde a inteligência coletiva se forma por conta da interação entre as
pessoas que, como sujeitos individuais que são, promovem o intercâmbio de
ideias por meio de comunidades virtuais, cujo objetivo maior está em promover
amplas conexões entre seus participantes. O que resulta disso é a transmissão e
a construção de ideias que acaba por criar um outro conceito: o da cibercultura
– um movimento social e cultural que estabelece uma relação nova com o
conhecimento e o saber, ou seja, apresenta novas formas e possibilidades de se
aprender e ensinar, retirando-as dos campos comuns da realidade. E é esse
espaço, onde a interação acontece, que acaba por promover implicações e
mudanças nos conceitos de arte, na organização de espaços e de territórios, nos
limites entre o individual e o coletivo. (LEVY, 2004)
A internet trouxe inúmeras possibilidades, expandindo a
possibilidade de criar e desenvolver pensamentos críticos e criativos sobre qualquer
ambiente da vida humana, estamos nos adaptando as mudanças da era digital com
muita facilidade, mas a dependência as redes estão cada vez maiores, criando
uma antipatia pelo viver presente na humanidade. Sem dúvida é uma evolução, mas
precisamos de uma dosagem, para não prejudicar nossa espécie.
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