Fazemos parte
de uma rede gigantesca de pessoas onde a informação circula freneticamente e as
experiências virtuais são cada vez mais intensas. Ora, quando um grupo de
pessoas participam de um mesmo habito e normas onde suas ações e interações e
representações convergem, podemos chamar isso de cultura. E se tratando de
cultura digital, nada é estático devido as interações das pessoas onde cada uma
delas são únicas, e tem à disposição um espaço para interagir, modificar e
produzir juntas, novos conhecimentos.
Qualquer
pessoa em qualquer lugar pode se apropriar desse espaço por meio de tecnologias
onde a “manipulação” dos “bytes” e pixels servem para expressar seu pensamento,
mostrar a realidade, produzir sonhos de consumo, fantasias e materializar
ideias que não estão mais restritas só a um grupo seleto de “produtores” de informação
ou conhecimento, para resolver problemas da sociedade.
É interessante
notar que neste espaço o estimulo dos sentidos é cada vez mais intenso, e a
comunicação eficaz está presa a esta necessidade. Se nós queremos comunicar, ou
tornar comum uma informação ou conhecimento de maneira eficaz, a apropriação de
meios que possibilitem experiencias com mais significado é extremamente
importante. São vídeos, áudios, cinema, música, simulações virtuais, 3D, selfs,
posts e etc, que passam necessariamente a fazer parte da vida cotidiana das
pessoas. A experiencia a ser vivenciada passa pelos “bytes” e creio eu muitos
pensam que o nosso cérebro não está preparado para isto e a impressão é que vai
acontecer um “bug” a qualquer momento. SQN. Uma vez um professor de matemática
falou o seguinte para seus alunos: “Nós não gostamos daquilo que não
conhecemos”. Com esta frase, entendo que precisamos ser mais receptivos, mais
abertos as interações humanas dentro desse ciberespaço e partilhar com os
outros o que nós somos e temos de melhor para o bem comum.
É interessante
pensar também a necessidade de manter a constante atualização, seja das
interfaces, seja da linguagem, da técnica, para se manter conectado. Você
precisa de mais espaço virtual, você precisa de mais velocidade, você precisa
de novos aplicativos ao mesmo tempo que deve manter os atuais sempre na última
versão. Você precisa ganhar tempo que ao mesmo tempo será investido em novos
gadgets. Muitas destas necessidades já são satisfeitas automaticamente. Parece
que tudo contribui para que você continue interagindo com mais prazer e
facilidades. A música de Gilberto Gil “pela internet” no intervalo de 20 anos tem
nas entrelinhas essa constante e necessária atualização. Fora da internet a
necessidade dessa atualização constante acontece? Me diga onde?
Diante disto,
precisamos aprender a nos apropriar desta cultura digital de maneira que haja
benefícios para todos, dentro de padrões éticos e morais que fomente o crescimento
do conhecimento para resolução dos problemas do ser humano. Precisamos aprender
a ser mais ponderados, mais seletivos com este mar de informações. Precisamos aprender a educar e reeducar a nós
mesmos e aos que estão conectados conosco. Precisamos aprender a usar os gadgets com mais
propriedade e responsabilidade, aprimorando habilidades e adquirindo outras que
possam beneficiar a nós e aos que estão a nossa volta. E neste aprendizado as
pessoas vão se apropriando de ferramentas digitais para juntas construir
conhecimento.
Alexandre dos Santos
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