domingo, 17 de fevereiro de 2019

Cultura digital por Alessandra Hoerning


Se antes a comunicação era muito mais centralizada e passiva, hoje, com um smartphone, qualquer um pode gravar um vídeo ou áudio, bater uma foto ou escrever um texto e compartilhar esse material com milhões de pessoas.



A cultura digital vai além dos atos do dia-a-dia do trabalho digital - descreve algo mais amplo e mais sutil do que isso. Envolve a apreciação, a exploração e o aproveitamento compartilhado das várias ferramentas digitais, ambientes e artefatos que informam e facilitam nosso trabalho. 

A digitalização tornou-se uma influência particularmente difundida na cultura, devido ao surgimento da Internet como uma forma de comunicação em massa e ao uso generalizado de computadores pessoais e outros dispositivos, como smartphones.

O termo, cultura participativa, pretende contrastar com noções mais antigas de espectadores da mídia. Nesse sistema emergente de mídia, o que tradicionalmente pode ser entendido como produtores e consumidores de mídia é transformado em participantes que devem interagir uns com os outros de acordo com um novo conjunto de regras que nenhum de nós entende completamente. 

Jenkins aborda também o conceito de inteligência coletiva, onde cada espectador constrói a sua própria mitologia a partir de fragmentos dispersos disponibilizados nos meios. A partir do agrupamento destes fragmentos estamos assim a formar a inteligência coletiva, que pode eventualmente surgir como uma alternativa de poder.

Convergência Midiática, conceito desenvolvido por Jenkins (2008), designa uma tendência que os meios de comunicação estão aderindo para poder se adaptar a internet, consiste em usar este suporte como canal para distribuição de seu produto. Assim outros tipos de mídia podem ser encontrados na internet.

Gilberto Gil na música “Pela Internet” (1996) faz uma apologia à internet, que na época conquistava cada vez pessoas e lugares pelo Brasil. A letra exalta o encurtamento das distâncias e o espaço democrático e horizontal que a rede promove. Vinte anos depois, Gil em sua nova música “Pela Internet 2” apresenta a importância que o digital assumiu para a sociedade, tal como os aplicativos móveis e suas constantes atualizações. 

Levy (1999) define a cibercultura como um conjunto de técnicas materiais e intelectuais: práticas, atitudes, modos de pensar e valores que se desenvolveram junto com o crescimento do ciberespaço. Entendida como sinônimo de “rede”, a cibercultura oferece um novo meio de comunicação, decorrente da interconexão mundial dos computadores. Essas definições de ciberespaço e cibercultura são suficientes para introduzir o tema, embora insuficientes para uma adequada compreensão da complexidade desse campo. 

Como Levy aponta, o ciberespaço constitui uma conquista impressionante: a apropriação dos meios de produção por seus próprios produtores. O advento do ciberespaço coloca de volta nas mãos dos indivíduos as principais ferramentas da atividade econômica, que, em nossa época, são computadores pessoais e redes digitais. 

Texto de Alessandra Hoerning, Licencianda em Educação Profissional e Tecnológica, IFSC/UAB, Polo Joinville. 

Referências:
JENKINS, Henry, Cultura da Convergência. São Paulo :Aleph, 2008
Lévy, P. (1999). Cyberculture. São Paulo: Ed. 34

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