sábado, 16 de fevereiro de 2019

Cultura Digital por Airton Guerner

Cultura Digital por Airton Guerner


O que é Cultura Digital?

É difícil definir um significado único a algo que apesar de novo, está em constante mudança.
O que várias fontes tem em comum é o destaque para as relações humanas que são fortemente mediadas por tecnologias e comunicações digitais.

O sociólogo espanhol Manuel Castells, em dossiê publicado pela revista Telos, mantida pela Fundación Telefónica, define a cultura digital em seis tópicos:

1. Habilidade para comunicar ou mesclar qualquer produto baseado em uma linguagem comum digital;

2. Habilidade para comunicar desde o local até o global em tempo real e, vice-versa, para poder diluir o processo de interação;

3. Existência de múltiplas modalidades de comunicação;

4. Interconexão de todas as redes digitalizadas de bases de dados ou a realização do sonho do hipertexto de Nelson com o sistema de armazenamento e recuperação de dados, batizado como Xanadú, em 1965;

5. Capacidade de reconfigurar todas as configurações criando um novo sentido nas diferentes camadas dos processo de comunicação;

6. Constituição gradual da mente coletiva pelo trabalho em rede, mediante um conjunto de cérebros sem limite algum. Neste ponto, me refiro às conexões entre cérebros em rede e a mente coletiva.

O tema ganhou grande ênfase com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), devido às mudanças advindas do avanço tecnológico e do crescente acesso a elas pela facilidade de dispositivos como computadores, telefones celulares, tablets e outros.

Inteligência Coletiva

A inteligência coletiva, é um princípio em que as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por um grupo de pessoas ou pela sociedade como um todo. Trata-se de um conceito que foi potencializado e ganhou muita força a partir do desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação como a internet. Neste exemplo da internet, podemos considerar o site Wikipedia, que tem conteúdos construídos pelos próprios usuários que interagem e acessam a página.

Gilberto Gil e a musica "Pela Internet"


1996

Criar meu web site 
Fazer minha home-page 
Com quantos gigabytes 
Se faz uma jangada um barco que veleje
Criar meu web site 
Fazer minha home-page 
Com quantos gigabytes 
Se faz uma jangada um barco que veleje
Que veleje nesse infomar 
Que aproveite a vazante da infomaré 
Que leve um oriki do meu velho orixá 
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé 
Um barco que veleje nesse infomar 
Que aproveite a vazante da infomaré 
Que leve meu e-mail até Calcutá 
Depois de um hot-link 
Num site de Helsinque, para abastecer 
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via Internet 
Um grupo de tietes de Connecticut 
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via Internet 
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar 
O chefe da Macmilícia de Milão 
Um hacker mafioso acaba de soltar 
Um vírus pra atacar programas no Japão 
Eu quero entrar na rede pra contactar 
Os lares do Nepal, os bares do Gabão 
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular 
Que lá na Praça Onze tem um videopôquer para se jogar
Jogar
Jogar
Jogar
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via Internet 
Um grupo de tietes de Connecticut
Eu quero entrar na rede 
Promover um debate 
Juntar via Internet 
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar 
O chefe da Macmilícia de Milão 
Um hacker mafioso acaba de soltar 
Um vírus pra atacar programas no Japão 
Eu quero entrar na rede pra contactar 
Os lares do Nepal, os bares do Gabão 
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular 
E lá na Praça Onze tem um videopôquer para se jogar
Jogar
Jogar
Jogar
I can't get no
Connection
I can't get no
Connection
I can't get no
Connection
I can't get no
Connection

2017

Criei meu website
Lancei minha homepage
Com 5 gigabytes
Já dava pra fazer um barco que veleje
Meu novo website
Minha nova fanpage
Agora é terabyte
Que não acaba mais por mais que se deseje
Que o desejo agora garimpar
Nas terras da Serras Peladas virtuais 
As cripto-moedas, bitcoins e tais 
Não fazer econômias novos capitais
Se é música o desejo a se considerar
É só clicar que a loja digital já tem
Anitta, Arnaldo Antunes, e não sei mais quem
Meu bem, o itunes tem
De A a Z quem você possa imaginar
Estou preso na rede
Que nem peixe pescado
É zapzap, é like
É Instagram, é tudo muito bem bolado
O pensamento é nuvem
O movimento é drone
O monge no convento
Aguarda o advento de deus pelo iPhone
Cada dia nova invenção
É tanto aplicativo que eu não sei mais não
What's App, what’s down, what’s new
Mil pratos sugestivos num novo menu
É Facebook, é Facetime, é google maps
Um zigue-zague diferente, um beco, um cep
Que não consta na lista do velho correio
De qualquer lugar
O Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
De você chegar
Chegar
Eu 'to preso na rede
Que nem peixe pescado
É zapzap, é like
É Instagram, é tudo muito bem bolado
O pensamento é nuvem
O movimento é drone
O monge no convento
Aguarda o advento de deus pelo iphone
Cada dia nova invenção
É tanto aplicativo que eu não sei mais não
What's App, what’s down, what’s new
Mil pratos sugestivos num novo menu
É Facebook, é Facetime, é google maps
Um zigue-zague diferente, um beco, um cep
Que não consta na lista do velho correio
De qualquer lugar
O Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
De você chegar
Chegar
O Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
De você chegar
O melhor meio de você chegar
Rasta man

Cada letra retrata as tecnologia de sua época e a interação do autor com elas.

Na letra de 1996 são citadas as homepages com seus hiperlinks, e-mails e salas de debates.
Na década de 90 também foram reportados os primeiros casos maciços de infeções por vírus, como o Morris que foi o primeiro a utilizar a internet para se espalhar e Michelangelo que deu fama a John McAfee como empresa de segurança.


Já na letra de 2018 o foco são os aplicativos e redes sociais. Aqui o autor fala da nossa dependência destas novas tecnologias e da velocidade com que surgem novas.

Cultura Participativa

Cultura participativa é uma expressão designada para representar a forma como a sociedade contemporânea desde o surgimento e adesão popular da Internet tem se distanciado cada vez mais da condição de receptora passiva.O público encara a “Internet como um veículo para ações coletivas - soluções de problemas, deliberação pública e criatividade alternativa”. A cultura participativa propiciada pelo caráter interativo da Internet é uma mudança no modo como as pessoas se relacionam com os meios de comunicação, o que faz com que os papéis de produtores e consumidores de informação se alterem

Convergência de Meios

O conceito foi desenvolvido por Henry Jenkins, norte-americano estudioso dos meios de comunicação e autor do livro “A Cultura da Convergência”. Seu significado pode ser entendido de duas formas.

A primeira delas foca no lado tecnológico e usa como exemplo os aparelhos eletrônicos que, além de sua funcionalidade básica, desempenham várias outras funções. Hoje, em um smartphone, você tem rádio, televisão, videogame e, também, escuta músicas em formato digital ou envia mensagens de texto.

Já a segunda forma compreende tanto as novas relações das indústrias de mídia quanto o seu vínculo com os consumidores. Isso porque, ao trabalharem com os mesmos produtos, elas são obrigadas a se relacionar mais. Além disso, com as novas tecnologias, em especial a internet, os fãs querem influenciar o desenvolvimento daquilo que consomem.


Conclusão:

A palavra chave aqui é “convergência”. Tudo converge para um ponto. 
Primeiro vieram os computadores, um dos primeiros grandes focos de convergência, depois veio a internet, os smartphones e agora a nuvem.

Se antes convergiam ferramentas e funcionalidades hoje convergem as pessoas.
Foi no espaço virtual que o ser humano pode demonstrar todo seu potencial social e também individual. 

Agora não depende mais de grandes empresas ou organizações e passa ele mesmo a produzir e compartilhar informações, conhecimento, entretenimento e riquezas. 

Airton Guerner Amandio
Polo de Blumenau

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