Entendo
que cultura digital é
todo o processo envolvido que permite que as manifestações humanas
sejam difundidas através de um meio comum - o meio digital. Podemos
dizer que é a disseminação da própria cultura de massa através
de um meio virtual, onde a sociedade contemporânea quer se fazer
presente através do mundo virtual.
O
meio virtual é a ferramenta de revolução tecnológica encontrada
para facilitar a comunicação e em encurtar distâncias e tempo e
assim dissolver o processo de interação, que nada mais é que as
ações que acontecem em grupos ou individualmente com um objetivo
simples, comum: a transmissão do conhecimento, difusão das novas
forma de produção e a propagação das informações e da obtenção
do conhecimento.
O
uso da inteligência coletiva pode ser definida como
compartilhamento de conhecimentos, experiências e percepções, que
resultam numa troca de aprendizagem e de novas culturas, ajudando a
propagar essa tecnologia e facilitar a circulação de novos
conceitos. Segundo Lévy (2003, p. 28), a inteligência coletiva é
“[...] uma inteligência distribuída por toda parte,
incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em
uma mobilização efetiva das competências”. Visando o
reconhecimento das habilidades nos indivíduos que possuem interesses
comuns e na utilização das tecnologias no uso das comunicações e
na proliferação do conhecimento.
Ao
falarmos de inteligência coletiva, não podemos deixar de falar da
cultura
participativa,
pois uma está ligada a outra. Quando você interage
criando, divulgando um conteúdo, está fazendo uma mobilização
tanto cultural, quanto política e ou social. O uso de novos meios de
comunicação permite a facilitação e participação dos
envolvidos. E deste conceito, já fica
evidente
a
convergência
dos meios,
ou seja, o uso das tecnologias de comunicação em massa com a
tecnologia da informática. A convergência é, segundo
Henry Jenkins, formada
pela tríade: convergência dos meios,
cultura participativa e inteligência coletiva; e estão
intrinsecamente ligadas e uma não sobrevive sem a outras, pois os
participantes interagem para formar novos conteúdos. Nesse conceito
ainda, podemos dizer que a evolução tecnológica permite a
comunicação direta e sem barreiras.
Na letra da música “Pela Internet” de Gilberto Gil, ele faz um
discurso utilizando-se das novas e velhas tradições, na linguagem
moderna utilizada em todo o mundo. Faz um jogo entre as palavras e
conseguiu de certa forma, mesclar o que vivemos com o advento da
internet até os dias de hoje. A letra tem várias citações de um
jargão - típico dos internautas, que facilita a comunicação com
os usuários de qualquer nacionalidade. Quando utiliza do linguajar
do internauta, faz trocadilhos com as palavras e traz a conectividade
da nova ferramenta aos nossos dias. Em exemplo, nas frases “juntar
via internet” e “promover debate”, ele faz uma conexão do
ambiente virtual e traz a possibilidade da cultura participativa, do
construir coletivamente. Já nas frases “criar um web site” e
“fazer home page” faz menção as facilidades da internet,
relacionando a prática com a disponibilidade de serviços gratuitos.
A música tem tudo a ver com a nossa situação atual de estudante,
onde relaciona a tecnologia à pesquisa acadêmica. O uso das novas
tecnologias como aliado na democratização dos acessos à informação
e mudança dos hábitos com a chegada de novas culturas modificadas
pelo avanço tecnológico.
O
termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material
da comunicação digital, mas também o universo oceânico de
informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam
e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’,
especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais),
de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se
desenvolvem com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17).
Nos
seus textos, Pierre Lévy cria um parâmetro entre o sistema
educacional e o papel do professor e relaciona o crescimento do
ciberespaço e o avanço da cibercultura, onde o professor deve ser o
principal incentivador da inteligência coletiva. O caminho após a
introdução da internet é sem volta, não precisa ser combatido,
mas compreendido e divulgado.
Referências:
1)
LÉVY,
P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço.
4.ed. São Paulo: Loyola, 2003.
2)
JENKINS,
Henry, Cultura da Convergência. 2. ed. - São Paulo :Aleph, 2009.
3)
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
Sheila Cristina Araujo Vieira (Pólo São José)
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