Cultura Digital Cultura Digital por
Jean Marcelo Abrão
significado de cultura digital
A
cultura digital, como o próprio nome diz, é a união do cultural com o digital e
é muito importante na criação, distribuição e divulgação das informações nos
dias de hoje. O conceito de cultura digital algumas vezes é restrita ao uso de
tecnologias no cotidiano, porém para aqueles que estão vivenciando este tema no
dia-a-dia, compreendem que o significado vai além, cultura digital é um
comportamento colaborativo, conectado, horizontal em que cada indivíduo tem o
poder de agir na ponta dos dedos.
Na cultura digital, as mídias e
linguagens se entrelaçam cada vez mais, formando redes tão conectadas que fica
cada vez mais difícil dizer onde começa uma e termina outra.
A cultura
digital muda a forma de nos comunicarmos. Se antes a comunicação era muito mais
centralizada e passiva, hoje, com um smartphone, qualquer um pode
gravar um vídeo ou áudio, bater uma foto ou escrever um texto e compartilhar
esse material com milhões de pessoas
Com
o acesso instantâneo a todo tipo de informação, é possível compartilhar
experiências e participar da construção do conhecimento através da internet,
comunicar-se com pessoas de qualquer lugar do mundo. Isso possibilita a
interatividade, a interferência e a colaboração com a produção intelectual,
gerando uma nova forma de comunicação e aprendizado.
Explicar o que é inteligência coletiva
A
inteligência coletiva pressupõe que todos contribuem com a construção do
conhecimento. Ela contrasta com a ideia do paradigma do expert, sendo este
último aquele que considera que um sabe e o outro não. A inteligência coletiva
é consolidada pelo coletivo. As redes sociais, a wikipedia, o Instagram,
somente para citar alguns exemplos, são espaços onde há inteligência coletiva.
A inteligência coletiva é muito mais que a posse do
conhecimento, mas é a construção social, ou o processo social de construção
coletivo e de aquisição de conhecimento (JENKINS, 2009).
As crianças estão sendo preparadas para contribuir com uma cultura do conhecimento
mais sofisticada. Estamos dependendo cada vez mais dos outros para nos fornecer
informações que não conseguimos processar sozinhos. Nosso local de trabalho
tornou-se mais cooperativo: nosso processo político tornou-se mais
descentralizado; estamos vivendo cada vez mais no interior de culturas baseadas
na inteligência coletiva. (JENKINS, 2009, p. 184).
Em uma perspectiva pedagógica rumo à inteligência coletiva, ao invés de
sempre o professor dar o problema e pedir ao aluno que traga a solução, é
possível pensar também em situações nas quais o aluno traz o problema e todos
(alunos e professores) busquem soluções.
Um requisito básico rumo a uma inteligência coletiva é, certamente, a
troca de saberes, que pode então ser um aspecto a ser incorporado na proposta
pedagógica das escolas.
Cultura participativa
A ideia central de uma cultura participativa, conforme o
próprio termo induz, é a da participação, em contraste à passividade. Por esse
motivo, a participação não pode ser confundida com mera interatividade, porque
esta última pode ocorrer sem que haja uma real participação. Para se chegar a
uma cultura participativa é preciso que os sujeitos contribuam ativamente com a
sua cultura.
Um
exemplo é do Software livre que é uma expressão utilizada para
designar qualquer programa de computador que pode ser executado, copiado,
modificado e redistribuído pelos usuários gratuitamente.
Os
usuários possuem livre acesso ao código-fonte do software e fazem alterações
conforme as suas necessidades. Softwares livre têm tudo a ver com a cultura
participativa.
Nessa lógica qualquer usuário tem a liberdade de copiar
modificar aprimorar e redistribuir contribuindo assim para a cultura participativa.
Explicar o que é
convergência de meios
Nós assumimos o controle quando a mídia entra
em nossas vidas isso é o essencial na cultura de convergências.
A
cultura de convergências é um mundo no qual qualquer narrativa, som, marca,
imagem e relacionamento se desenrola através de um grande número de canais midiáticos.
A cultura de convergência e moldada tanto pelas
decisões de um adolescente em seu quarto de dormir quanto por decisões tomadas
em uma sala de reuniões de uma empresa de tecnologia.
Portanto uma lista de discussão on line ou Wikipédia
funcionando de acordo com a inteligência coletiva no qual um grupo como todo
pode ajuntar conhecimentos de forma mais complexa do que um membro individual é
capaz de fazer. Estamos desenvolvendo tecnologias associadas á inteligência
coletiva que nos permite monitorar o governo e produzir informações por vias
que eram impossíveis até então.
Somos governados por princípios de uma cultura
participativa que tem o potencial de ser muito mais diversificada do que um
mundo controlado por um pequeno número de produtores de mídia a medida que as
pessoas comuns desenvolvam a habilidade de contar suas próprias histórias nos estamos
vendo diferentes perspectivas emergindo estamos vendo vários grupos
conquistando representavidade.
A convergência não ocorre nos
aparelhos, por mais sofisticados, como afirma Jenkins (2009), mas, conforme
exposto anteriormente, na ação humana com os meios.
Práticas pedagógicas que consideram a convergência de meios não devem se
preocupar apenas com o quê é utilizado, mas como os
recursos são apropriados na construção coletiva do conhecimento.
A convergência
de meios não se trata necessariamente da junção de tecnologias ou
artefatos, mas ocorre nos cérebros e nas interações sociais. A digitalização é
o processo que criou condições para que fosse possível a convergência de meios.
Esta, por sua vez, possibilita novas formas de participação e elaboração.
A
convergência de meios permite que o consumo das mídias seja transformado em
produção e, por isso, incentiva a participação.
Já
a convergência midiática, ou a convergência de mídias, é um fenômeno
impulsionado pelo uso da Internet no qual uma ideia ou informação é disseminada
por meio de diferentes mídias. Assim, a ideia ou informação poderá ser recebida
pelo público-alvo de forma a aguçar os diversos sentidos.
Para a área de comunicação e marketing, é fácil
se aproveitar do conceito de convergência midiática, por exemplo, mesmo aqueles
que não gostam de café, provavelmente adoram aquele cheirinho do café sendo
passado. Ainda mais em certas situações:
Café
com os amigos depois do almoço...
Café
com o(a) companheiro(a) depois de uma sessão de cinema...
E,
ainda, escolher o local para tomar o seu café pode ser também uma atividade
prazerosa, pois é possível passear virtualmente pelos locais antes mesmo de ir
fisicamente até o local.
Neste exemplo foram utilizadas quatro mídias
para falar do café. O texto, o vídeo, as imagens e uma visita virtual. Isso é
conversão midiática e está presente no nosso dia a dia.
Estabeleça
uma relação entre as palavras utilizadas na música Pela Internet de Gilberto
Gil em 1996 e a música produzida 20 anos depois, mostrando o que mudou.
As duas músicas retratam um cenário que se
separa por duas décadas diferentes, uma onde o autor está falando no presente,
porém com uma linguagem futurística usando verbos no presente exemplo, criar
web site – fazer homepage algo novo para a época.
Já na versão vinte anos depois ele se refere a
verbos no passado como exemplo do início da música;
Criei
meu website
Lancei
minha homepage
Com
5 gigabytes
Já
dava pra fazer
Um
barco que veleje
Vinte anos
depois ele rescreve a música com novos elementos onde percebemos a grande
evolução tecnológica uma nova era digital que o autor fala e tanta coisa nova
que chega a te confundir.
Percebe-se claramente a evolução
rápida da era digital
Cibercultura e inteligência
coletiva na perspectiva de Pierre Lévy
O texto Dilúvios de Pierre Lévy traz uma
discussão acerca do que a cibercultura representa hoje para a sociedade. Não
consiste exatamente em defendê-la como um bem inegável, mas propõe exatamente
enxergar nela as potencialidades mais positivas, seja nos planos econômico,
político, cultural e humano.
Lévy coloca que a cibercultura é um movimento
que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de
jovens pelo mundo. Assim, ele lembra que aqueles que denunciam a cibercultura
têm certa aparência com os que denunciavam o rock e o cinema há algumas
décadas. Sendo que estes por inúmeras vezes foram porta-vozes dos sonhos e
aspirações da juventude na época. Não necessariamente acabando com a fome a
miséria, mas permitindo que muitos se divertissem ao ouvir ou tocar suas
músicas.
A proposta de Lévy é, então, não se posicionar
a favor ou contra, mas permanecer abertos a novidades e as mudanças. Apostando
que apenas dessa forma seremos capazes de desenvolver essas tecnologias dentro
de uma perspectiva humanista.
Mais a frente ele coloca que a questão está
definida: o ciberespaço entrou para a era comercial. O que significaria um
aumento significativo no abismo que separa os bem-nascidos e os excluídos,
colocando a concentração do poder nas mãos de uns poucos dominadores. Onde quem
aprecia a cibercultura coloca-se imediatamente no lado do neoliberalismo e do
capitalismo financeiro.
Esta visão sugere que a rede está se tornando
mais uma finalidade mercadológica e paga. Lévy, portanto, argumenta que a
música e o cinema também são produtos industriais, mas nem por isso aumentou o
fosso existente entre ricos e pobres. Além do mais se os serviços pagos na rede
estão aumentando, os serviços gratuitos aumentam em uma velocidade bem maior. E
que, não são os pobres que se opõem a rede mas, sim aqueles, cujos poderes
estão sendo ameaçados.
Posteriormente, Lévy lembra que numa entrevista
nos anos 50, Albert Estein reconheceu a explosão de três bombas: a bomba
Demográfica, a bomba Atômica, e a bomba das Telecomunicações. Com a bomba
demográfica ele quis representar o crescimento exorbitante da população
mundial, assim para este problema sugere duas soluções: ou a guerra ou a
integração facilitada pelas telecomunicações. Já com a bomba das
telecomunicações a quantidade bruta de informações se multiplica e se acelera,
gerando o que vem a se chamar de segundo dilúvio.
Nesta era de dilúvio informacional Levy se
pergunta onde está Noé, e o que colocar na arca. Ele acrescenta que este
dilúvio informacional jamais cessará e que devemos aceitá-lo. Sendo que o
melhor que podemos fazer é ensinar nossos filhos a nadar, flutuar, talvez a
navegar. Neste novo mundo existem diversas arcas navegando. Cada qual tentando
salvar a sua parcela e preservar a diversidade.
Levy afirma ainda que nesta nova era, as vozes
não se apagarão, pois diferentemente das sociedades orais e escritas, onde seus
legados eram a qualquer momento apagados, ou simplesmente jogados fora como
objetos a mando de seus superiores, agora as inúmeras vozes que ressoam no
ciberespaço continuarão a se fazer ouvir.
LÉVY,
Pierre. Introduçao: Dilúvios. In: CIBERCULTURA. São Paulo: Editora 34 Ltda,
1999.
JEAN MERCELO ABRÃO
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