domingo, 10 de março de 2019

Cultura Digital por Jaqueline F. Mafra

        Atualmente a nossa sociedade é controlada por recursos digitais: desde os meios de comunicação e produção até os sistemas de segurança, por exemplo.   Os meios de comunicação são baseados no uso de tecnologias e tornou-se difícil definir uma conceito para a expressão "cultura digital ".  
        Pode-se dizer então que é uma nova forma de comunicação e interação entre as pessoas, que pode partir de diversos meios (Smartphone, tablet, computador, etc) para as mais variáveis partes do mundo e encontra-se em constante evolução, pois novas ferramentas são descobertas e apresentadas ao mundo a cada dia, o que nos dá a dimensão de inteligência coletiva, pois aponta que a construção do conhecimento surge da colaboração de muitos indivíduos em suas particularidades e realidades.
       Rodeados por tanta inovação, é cada vez mais palpável a necessidade que a nossa geração apresenta de produzir o conhecimento e compartilhá-lo, usando principalmente a internet. O indivíduo passou de receptor de informação/conhecimento para o papel de autor. Difundir o conhecimento transformou nossa realidade e originou um novo padrão de comportamento humano. Todos participam do processo de aprendizagem e construção do saber. Chamamos isso de cultura participativa.


        Todo conhecimento produzido precisa ser compartilhado e assim acontece porque o homem pôde lançar mãos nas tecnologias para atingir um grande público e interagir em seu espaço natural e alcançar a grande massa da população. Permite a participação de vários indivíduos e transforma o modo de fazer as coisas ao redor do mundo: antigamente utilizava-se cartas como meio de comunicação; hoje as correspondências foram substituídas por correio eletrônico. Não existe mais apenas um único meio para realizar determinada atividade, pois além do e-mail podemos utilizar outras ferramentas de comunicação como o Whatsapp, etc.
      Pierry Lévi, que é filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação, nos propõe repensar o papel do conhecimento e da era da informação em nossa sociedade. Prega que é necessário estudar o impacto da Internet no nosso contexto e nossa vida de um modo geral.
      A música "Pela internet" de Gilberto Gil na primeira versão em 1996 e a segunda versão em 2016 corrobora com a ideia de Lévi e nos dá um esboço da transformação que ocorreu nos últimos 20 anos e que é bem notável:

1996:
Criar meu web site                                           
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje

2016:
Criei meu website
Lancei minha homepage
Com 5 gigabytes
Já dava pra fazer um barco que veleje

As transformações que a internet trouxe e a evolução ao longo dos anos. A maioria da população já tem acesso a internet e pode construir mais conhecimento.

1996:   
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer


2016:
Meu  novo website
Minha nova fanpage
Agora é terabyte
Que não acaba mais por mais
que se deseje
Que o desejo agora é garimpar
Nas terras das serras peladas virtuais
As criptomoedas, bitcoins e tais
novas economias, novos capitais

    A quantidade de informação compartilhada ao longo dos anos se multiplicou, chegando a uma quantidade inimaginável de troca de dados, alcançando o outro lado mundo. Dinheiro é movimentado pela internet. As inovações tecnológicas moldam uma nova sociedade.

1995:
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze
Tem um videopôquer para se jogar

2016:
Se é música o desejo a se considerar
É só clicar que a loja digital já tem
Anitta, Arnaldo Antunes, e não sei mais quem
Meu bem, o iTunes tem
De A a Z quem você possa imaginar
Estou preso na rede
Que nem peixe pescado
é zapzap, é like
É Instagram, é tudo muito bem bolado
É Facebook, é Facetime, é google maps
Um zigue-zague diferente, um beco, um cep
Que não consta na lista do velho correio
de qualquer lugar
O Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
De você chegar
Chegar
Eu 'to preso na rede
Que nem peixe pescado
O monge no convento
Aguarda o advento de deus pelo iphone
Cada dia nova invenção
É tanto aplicativo que eu não sei mais não
What's App, what’s down, what’s new
Mil pratos sugestivos num novo menu
É Facebook, é Facetime, é google maps
Um zigue-zague diferente, um beco, um cep
Que não consta na lista do velho correio
De qualquer lugar
O Waze é um nome feio, mas é o melhor meio
De você chegar
Chegar

         O ser humano tornou-se dependente das inovações tecnológicas. Tudo é feito pela internet, tudo acessível na palma da mão. A internet não é usada apenas apenas para comunicação, mas como ferramenta de trabalho.
     São poucas as pessoas que não utilizam uma rede social para registrar seu dia a dia ou uma tecnologia para chegar em outra cidade, como o google maps.
       Utilizam-se as mídias para o bem: baixar uma música que gosta ou inclusive para cometer
fraudes, furtos, etc. Diante do exposto, podemos observar que cultura e ciência caminharam juntos ao logo de todo esse tempo, desde a difusão da internet pelo mundo e trouxe grande impacto para a vida do homem moderno.

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