por Josemeri
Coelho
A cultura digital
nada mais é do que ter acesso a tudo (ou quase tudo) “na ponta dos dedos”, ou
seja, ao alcance das mãos e de maneira rápida e cômoda, sem precisar sair do
lugar.
É uma cultura permeada pelas tecnologias
que permite novas formas de comunicação, principalmente entre os jovens, que
experimentam uma empatia feita não só de facilidade para se relacionar por
intermédio das tecnologias audiovisuais e informáticas, mas de cumplicidade
expressiva através de seus relatos, imagens e sons e é através desta linguagem que
eles encontram seu próprio idioma e ritmo.
A inteligência coletiva, por sua vez, pressupõe que todos contribuem com a construção do
conhecimento. Se contrapõe à ideia de que apenas um sabe e reforça o ditado que
“duas cabeças pensam melhor que uma”. A inteligência coletiva é consolidada
pelo coletivo, sendo um exemplo de construção que se sustenta dela o site wikipedia.
A cultura
participativa denota a participação ativa do invíduo, que não mais apenas
lê, mas pode e expressa seu ponto de vista, seu aprendizado, compartilha sua
opinão com os usuários da mesma plataforma tecnológica.
A convergência de meios pressupõe a utilização de vários meios para o atingimento de um fim
específico. Ocorre quando o cidadão se utiliza de meios tecnológicos para interagir
em seu habitat social. A digitalização é o processo que criou condições para
que fosse possível a convergência de meios. Esta, por sua vez, possibilita
novas formas de participação e elaboração. A convergência de meios permite que
o consumo das mídias seja transformado em produção. Por exemplo; plataforma
judicial, onde hoje praticamente todos os processos são digitais. Analisando os
20 anos passados entre a primeira e a segunda versão da música de Gilberto Gil “Pela
Internet”, podemos observar o quanto já mudou a cultura da era da informação para
a era digital.
1996
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2018
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OBSERVAÇÃO
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Criar
meu web site
Fazer
minha homepage
|
Criei
meu web site
Lancei
minha homepage
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Se há 20 anos atrás cogitava-se aderir à cultura digital,
hoje é raro encontrar alguém que não esteja inserido nela, principalmente
quem tem um papel social urbano ou que atende às demandas urbanas, há de manter
atualizadas suas plataformas digitais, pois hoje são as fontes de informação
mais acessadas.
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Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré Que leve um oriki do meu velho orixá Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré Que leve meu e-mail até Calcutá Depois de um hot-link Num site de Helsinque Para abastecer |
Meu
novo website
Minha nova fanpage Agora é terabyte Que não acaba mais Por mais que se deseje Se o desejo agora é navegar Subindo o rio tejo tenho como achar Num site de viagem a melhor opção Com preço camarada bem no meu padrão
Se é
música o desejo a se considerar
É só clicar que a loja digital já tem Anitta, arnaldo antunes, e não sei mais quem Meu bem, o itunes tem De a a z quem você possa imaginar |
As
mudanças são tão rápidas que há necessidade de atualização de layout, imagens
e informações constantemente para acompanhar as novidades, que são
compartilhadas a nível mundial e a variedade de produtos comerciais, quer
sejam eles culturais, como livros e músicas, quer sejam pacotes turísticos, é
disponibilizada de modo a ser acessível para quase “todos os bolsos”,
chegando a ser gratuitos.
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Eu
quero entrar na rede
Promover um debate Juntar via Internet Um grupo de tietes de Connecticut |
Estou
preso na rede
Que nem peixe pescado É zapzap, é like É instagram, é tudo muito bem bolado |
Se há
20 anos existia dificuldade ainda em acessar a internet, hoje a dificuldade é
sair dela.
Antes
promover um debate com direito a plateia do outro lado era um sonho a ser
alcançado, hoje as novas formas de interação estão cada vez mais fáceis de
acessar, ágeis e sedutoras, visto que promovem a interação entre os
indivíduos.
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De
Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão Um hacker mafioso acaba de soltar Um vírus para atacar os programas no Japão |
O
pensamento é nuvem
O movimento é drone O monge no convento Aguarda o advento de Deus pelo iphone |
Antes havia
a constante preocupação com vírus e segurança nos acessos, hoje os programas de
proteção tornam o acesso seguro a ponto de podermos gravar nossos textos, áudios,
vídeos, etc. em arquivos online que ficam armazenados em nosso provedor de
e-mail, sem a necessidade de ocupar espaço no nosso PC (computador pessoal).
Há sempre novas tecnologias, algumas através da junção de duas ou mais tecnologias,
como o drone, que propõe a captura de imagens através de um robô dirigido por
controle-remoto. A pesquisa dos mais variados assuntos está cada vez mais
fácil, pois a inteligência coletiva é uma cultural em movimento e expansão
diária.
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Eu
quero entrar na rede para contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular Que lá na praça Onze Tem um videopôquer para se jogar |
Cada
dia nova invenção
É tanto aplicativo que eu não sei mais não What’s app, what’s down, what’s new Mil pratos sugestivos num novo menu É facebook, é facetime, é google maps Um zigue-zague diferente, um beco, um cep Que não consta na lista do velho correio De qualquer lugar Waze é um nome feio, mas é o melhor meio De você chegar |
Hoje em
dia a internet permite o contato com pessoas de praticamente todos os lugares
e, além de poder ser usada para auxiliar órgãos governamentais, através de
sugestões e denúncias, há a cada dia novas possibilidades de aplicativos
tecnológicos que facilitam o cotidiano do indivíduo, tornando mais cômodo.
Acessa-se, pela internet, desde a conta bancária até o menu da lanchonete da
esquina muitas vezes, isso sem contar nos aplicativos para chamar um traslado
ou os via satélite para traçar um mapa e orientar ao motorista, através de áudio,
qual o caminho menor para chegar ao destino.
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Se de um lado essa facilidade e
comodidade toda torna as vidas das pessoas mais fáceis, sem necessidade de se
locomoverem para comprar ou pagar por produtos, por exemplo, dentre tantas
outras possibilidades, de outro lado isso nos leva a refletir sobre a qualidade
de vida dos indivíduos que tendem a ficar cada vez mais sedentários nesta era
da cibercultura, caso não saibam usar bem o tempo que lhes sobra.
Ainda sobre a inteligência coletiva, vale lembrar, nas
palavras de Lévy, que “ela só progride quando há cooperação e competição ao
mesmo tempo”. “É do equilíbrio entre a cooperação e a competição que nasce a Inteligência
Coletiva”. Para exemplificar, Lévy citou a comunidade científica, capaz de
trocar idéias (= cooperar) porque tem a liberdade de confrontar pensamentos
opostos (= competir) e, assim, gerar conhecimento.
Ainda mais, para Lévy, se as pessoas (não) ajudam a
reprodução de conhecimento, este lhe será totalmente (des) favorável. De outro
modo, se as idéias (des) favoráveis são mantidas e disseminadas, a população
(não) se reproduz, ou seja, “quem cala consente” e não pode reclamar depois,
pois a oportunidade está posta a praticamente todos. O papel da internet é
fundamental para o funcionamento desse sistema. “O ciberespaço é a principal
fonte para a criação coletiva de idéias, de forma que elas sejam usadas para o
bem de todos, através da cooperação intelectual” concluiu Lévy.
A
conexão cada vez mais densa entre os indivíduos realmente contribui para ações
coletivas, desde o compartilhamento do conhecimento útil até projetos de leis
de iniciativa popular, etc, entretanto, há muito ainda o que pensar, pois todas
as questões polêmicas e importantes que surgiram com o advento em massa da
internet envolvem–se diretamente com a inteligência coletiva: direitos
autorais, educação à distância e jornalismo online são alguns dos assuntos
relacionados à expansão do ciberespaço que merecem destaque nesta seara.
Enfim, como em tudo neste mundo, há sempre os prós e contras,
no entanto, em se tratando de tecnologia, fato é que não se pode voltar atrás.
A tendência é avançarmos cada vez mais no uso das ferramentas cibernéticas para
nossas atividades, portanto, que aprendamos a usar a cibercultura a nosso
favor, tanto individualmente quanto coletivamente.
Josemeri de Sousa Coelho
Estudante de Licenciatura em Educação Profissional e
Tecnológica
Pólo UAB – IFSC – Jaraguá do Sul